Duque reage às 'traições' dentro do governo MárciaPublicado às 04h50 desta segunda-feira (5)

Em 2020 o então prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque, armou um tabuleiro político e elegeu a então secretária de Saúde, Márcia Conrado, como sua sucessora, após duas gestões consecutivas. Duque não só ‘arregaçou às mangas’, como ampliou o palanque de Márcia, inclusive, trazendo ex-adversários.

Agora, como candidato a deputado estadual, o ex-prefeito sofreu um espécie de ‘golpe’, nesse final de semana, quando aliados de Márcia Conrado, entre eles, Helano Peixoto, atual secretário-Executivo de Esportes, Marquinhos Dantas, vice -diretor da Aeset, Tercio Despachante e Everton Lima, que era aliado de Sebastião Oliveira, se reuniram com o deputados estadual, Rodrigo Novaes, em sinal de apoio. A lógica, seria o ‘grupinho’ seguir a orientação da prefeita Márcia Conrado, em prol de Duque.

A reportagem do Farol conversou com o candidato Luciano Duque, que não escondeu o desconforto com os gestos dos que detêm cargos de confiança no governo Márcia, e também disse não entender o silêncio da prefeita sobre o assunto.

“Eu juntei todos e trouxe para o palanque, e ninguém discordou. Todos me atenderam e votaram em Márcia, respeitando a minha posição enquanto líder. Hoje, o que eu observo é que ela [Márcia] deixou à vontade. Na campanha passada, eu tinha apenas três vereadores apoiando Marília. Fomos para a rua, todos juntos, cada um respeitando o espaço político de cada um, porque o modelo que eu implantei em Serra Talhada foi de democracia plena. As lideranças, na divergência, construíam uma  unidade em benefício do povo de Serra Talhada; e quem ganhou foi Serra Talhada ao longo de todo esse tempo: o maior canteiro de obras da história, os maiores investimentos, e ainda hoje estão sendo executados no governo da prefeita Márcia Conrado”, disse Duque, arrematando:

“Aqueles que não acreditam que Serra Talhada pode ter uma representação política, um deputado da terra que já mostrou capacidade na construção do modelo de desenvolvimento da nossa terra, podem divergir, não tem problemas. Vamos seguir caminho, que hoje 77 cidades acreditam no nosso projeto. Vamos trabalhar para que o povo de Serra Talhada, na sua maioria, acredite no projeto que mudou a história de nossa terra”.

Ainda na opinião do ex-prefeito, o seu trabalho durante oito anos à frente da Prefeitura de Serra Talhada, serve hoje de ‘cartão postal’ e modelo para outras gestões. Por isso não entender a opção de pessoas do governo, cargos de confiança, tomar um outro rumo, mesmo fazendo parte da estrutura.

“Serra dobrou de PIB [Produto Interno Bruto] em oito anos do nosso governo; foi uma das cidades que mais cresceu no interior de Pernambuco. Os frutos do planejamento estratégico feito por nós estão aí para todo mundo ver. Serra  Talhada é uma cidade que hoje gera muito emprego. Está aí subindo um Hotel Ibis, um empresarial e o novo SENAR. Tantas obras que estão acontecendo em Serra Talhada, fruto do planejamento estratégico do nosso governo, graças a Deus! Vamos lá, vamos à vitória! Conto com toda Serra Talhada. Uma coisa que eu aprendi a respeitar na minha vida, foram os divergentes. Sempre construí com eles, porque o interesse pessoal do povo está acima das querelas pessoais. Quem quiser seguir outro caminho, eu tenho o maior respeito, e agradeço; mas agradeço fundamentalmente ao povo que acredita que Serra Talhada vai ter deputado, e vai ter representação na Alepe”, reforçou.

DIVERGENTES SE PRONUNCIAM

A reportagem  conversou com o radialista Marquinhos Dantas e Helano Peixoto, que negaram terem ‘batido o martelo’ com o deputado Rodrigo Novaes, mas  não acenaram qualquer apoio a Luciano Duque. “Ainda não fechei nada com Rodrigo e só vou me pronunciar a partir de terça-feira”, resumiu Peixoto.

Já Marquinhos Dantas, recém-chegado ao governo Márcia, disse que o grupo ainda vai ouvir a opinião da prefeita sobre o assunto: “Tivemos uma conversa com Rodrigo, mas vamos sentar internamente para decidir. Depois, vamos conversar com a prefeita, para saber se o grupo aceita a decisão, já que Rodrigo tem um vereador do grupo apoiando Rodrigo Novaes. Mas ainda não tem nada fechado. Mas a ida de Duque para Marília Arraes, dificultou o acesso de alguns a ele”, pontuou Dantas.

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