
Fotos: Celso Garcia/Farol de Notícias
Publicado às 10h desta sexta-feira (7)
Nesta quarta-feira (05), Melânia dos Santos Lima, 38 anos, moradora do bairro Vila Bela, em Serra Talhada, esteve na redação do Farol de Notícias para denunciar os maus-tratos que o filho dela sofreu no Hospital Memorial Irmã Dulce durante os quase 15 dias que passou internado. Ela contou que o jovem de 20 anos faz uso de medicação controlada para diminuir as crises de convulsão e ansiedade, tendo sido suspensa pela clínica psiquiátrica.
Melânia contou ao Farol que o filho dela sofre de problemas mentais e, de acordo com o laudo médico, ele apresenta transtorno afetivo bipolar. Ela disse que ao ir visitá-lo, nesta quarta-feira (05), o encontrou com a boca torta e tremendo, ao passo que foi informada pelos pacientes que ele estava tendo crise constantemente, pois há dois dias não recebia a medicação, deixada por ela sob indicação médica. Ela relatou também que foi informada que houve a entrada de droga no local, além de humilhações aos pacientes.
Medicação suspensa
“Ele está tendo crises de ansiedade tão grandes que a pressão dele está indo para 18. Meu filho tem problema mental, ele é igual a uma criança, de repente ele surta. Para uma mãe não é fácil, faz tempo que eu queria denunciar, mas eles diziam que era mentira do meu filho, que ele estava inventando conversa. Eu sei o filho que eu tenho. Só Deus sabe o que eu passo. Eu coloco ele lá, mas é de coração partido.
Humilhações
“Não é fácil para uma mãe ver um filho em uma clínica e ainda saber que ele foi maltratado, empurrado, ameaçado na clínica pelos funcionários. Ele pediu um pedaço de bolo, e um rapaz disse a ele: ‘Eu preferia jogar no mato, mas não lhe dou’. Ele me reclamava muito: ‘Mãe, eu não quero ir para lá, porque lá é sofrimento, a senhora só saber se for lá ver o sofrimento. A gente é tratado igual a cachorro. Quando a gente fala que vai falar para a senhora, eles falam que se falar não vai entrar mais’. Quando meu filho vai falar comigo por telefone, eles colocam no viva voz para ouvir a conversa. Várias mães falam que os filhos são tratados como cachorros. Há mãe que não quer nem ver o filho com medo do que vai dizer”, relatou Melânia.
Entrada de drogas
“Falaram que estão entrando com droga e que estão isolando as pessoas para saberem quem entrou com a droga. Eu disse: ‘Meu filho não está aqui por causa da droga. A vida do meu filho é da clínica para casa, ele mal sai de casa. Quando a gente vê que ele está querendo tirar a vida, a gente coloca ele na clínica para ver se ele tem uma melhora, porque ele tem medo até de sair na rua, ele só sai comigo’”, disse Melânia dos Santos.
O OUTRO LADO – NOTA IRMÃ DULCE
Ao Farol de Notícias,
Tendo em vista as infundadas denúncias apresentadas pela Sra Melânia dos Santos, mãe do paciente Lucas Henrique, o Hospital Memorial Irmã Dulce esclarece que:
1 – Não obstante as angústias naturais de uma mãe de paciente psiquiátrico, as quais contam com nossa compreensão, a conduta do médico assistente em relação ao tratamento adequado, bem como a prescrição de medicamentos, de acordo com o caso clínico, é respaldada pela Lei 12842/2013, que dispõe sobre o exercício da medicina;
2 – O Hospital Memorial Irmã Dulce faz constantes treinamentos com seus colaboradores, prezando por um atendimento humanizado, a possuir reconhecimento dos pacientes e familiares. Além disso, é reconhecido pelos órgãos gestores do SUS pela qualidade de seu atendimento, estrutura e serviços, o que destaca Serra Talhada no âmbito regional e estadual na área de psiquiatria;
3 – Prova inconteste da qualidade do atendimento é o fato, narrado pela Sra Melânia dos Santos, de que o seu filho é assíduo frequentador do hospital;
4 – Lamentamos que a Sra Melânia dos Santos, em nenhum momento, procurou diretamente o Hospital para tratar da questão.
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