Violência contra a mulher cresce em ST, mas CEAM ajuda na reação

Foto: Celso Garcia/ Farol de Notícias

Publicado às 04h45 desta segunda-feira (10)

Comemorando 9 anos de existência, o CEAM – Centro de Atendimento à Mulher ‘Francisca Godoy’ é um equipamento de acompanhamento e atenção a mulheres vítimas dos mais diversos tipos de violência. O órgão realiza serviços de ordem jurídica, psicológica  e social.  Representantes do CEAM estiveram  no programa Falando Francamente com Giovanni Sá e comentaram as conquistas e desafios do órgão aqui em Serra Talhada.

A coordenadora Luziane Fernandes fez uma exposição sobre o conceito de violência e suas diferentes categorias, atentando para a violência psicológica e seu impacto na vida das mulheres.

“A violência não é só uma violência física. Tem a violência psicológica, a violência moral, a violência patrimonial e a violência sexual. Elas estão presentes na sociedade. A violência psicológica por exemplo diferente da física que você consegue enxergar, está no interior da mulher. Quantas mulheres estão do nosso lado e a gente não consegue enxergar que elas estão sofrendo caladas? ”, questionou.

Segundo dados apresentados por Luziane, os casos de violência psicológica em mulheres serra-talhadense vem preocupando os órgãos de proteção. Foram 418 casos no ano de 2021, 474 em 2022 e nos primeiros 6 meses de 2023 já foram contabilizados 211 casos de mulheres vítimas de violência psicológica em Serra Talhada, o que vislumbra uma estatística ainda mais preocupante para este ano.

“A violência psicológica é silenciosa porque muitas vezes a mulher sofre mas  não se identifica como sendo uma violação. Existe um sofrimento psicológico naquele ciclo de violência e ela não consegue enxergar. Quantas mulheres hoje na sociedade que estão nos ouvindo agora sofrem violência psicológica e não conseguem enxergar que é uma violência. Essa violência muitas vezes vai trazer uma negatividade para a vida dela e dos filhos, porque os filhos muitas vezes escutam essa violência. Ela é tão maléfica para a vida dessa mulher como a violência física”, afirmou Luziane.

Para mulheres que buscam acolhimento e ajuda para se livrar de uma situação de violência, basta entrar em contato com um deste números úteis:

  • CEAM87 9 9610-5152
  • 14º Batalhão190 ou 87 9 9995-4641
  • Polícia Militar87 3831-9200
  • Patrulha Maria da Penha87 9 8877-2106
  • Patrulha da Mulher (atendimento 24h) – 87 9 9975-8704
  • Ouvidoria da Mulher0800-281-8187

CONFIRA O VÍDEO DA ENTREVISTA

COMO IDENTIFICAR UM RELACIONAMENTO COM ABUSO PSICOLÓGICO?

Segundo o site  TelaVita os abusadores psicológicos possuem um padrão comportamental que pode ajudar a identificar  a relação tóxica e abusiva e posteriormente ir em busca de ajuda. Abaixo seguem os principais sinais para a identificação de violência psicológica bem como as características para identificar uma vítima deste tipo de agressão e como se livrar deste tipo de relacionamento.

5 sinais do agressor do abuso psicológico

Por mais que a vítima não tenha um padrão, o abusador tem. Dessa forma, se atento aos sinais, é possível identificar uma relação tóxica e procurar ajuda para se livrar dela o quanto antes. Os cinco principais sinais do agressor de abuso psicológico são:

São mestres em negar a verdade

O abusador nunca admite a veracidade dos fatos. Não importa quantas provas existirem sobre o assunto, ele irá negar todas elas. A violência psicológica emocional ocorre, pois ele faz a vítima questionar a sua realidade. Assim, ela começa a duvidar das próprias convicções, tornando-se, novamente submissa ao agressor.

Usam o que é querido pela vítima contra ela

O abusador utiliza o que é precioso para a vítima como forma de depreciá-la. Por exemplo, a violência psicológica contra a mulher pode envolver seus filhos. Nesse caso, o agressor diz frases como “você não é boa o suficiente para eles” ou “você nunca deveria ter tido filhos”.

As ações não combinam com as palavras

Pessoas que realizam abuso psicológico, geralmente, fazem uma coisa e dizem outra. Então, preste atenção nas atitudes delas e se o que dizem condiz com as suas ações. A contradição entre elas pode ser a chave para identificar o gaslighting.

Falam algo positivo para confundir

Esse é um ciclo da violência psicológica. O agressor, que constantemente fala coisas ruins para a vítima, a elogia para mantê-la sob domínio dele. A manipulação psicológica, nesse sentido, ocorre para manter a pessoa vulnerável a novos ataques.

Tentam colocar a vítima contra as pessoas

O abusador utiliza mentiras e manipula a vítima para afastá-la de todos. Dessa forma, o agressor diz que as pessoas não gostam da vítima ou que determinado grupo não serve de boa companhia para ela, fazendo com que a única pessoa que ela confie seja quem a manipula emocionalmente.

5 características de violência psicológica na vítima

Todavia, agora que vimos as cinco características do agressor, veremos quais são as particularidades das vítimas. Contudo, é possível identificar também, quem está sofrendo com uma relação abusiva. São comportamentos comuns da vítima:

Criar justificativas para o comportamento do abusador

Como, geralmente, as ações do agressor refletem uma realidade diferente das suas palavras, a vítima passa a criar explicações das atitudes nada sensatas dele. Logo, isso funciona como um mecanismo de defesa para evitar o choque de realidade da violência psicológica.

Está sempre pedindo desculpas

A vítima pede desculpas o tempo todo para o agressor, mesmo quando não há motivo para tal. Aliás, diversas vezes, ela não possui ideia do por que está fazendo aquilo, mas continua mesmo assim. O sentimento de culpa torna-se enraizado.

Constantemente se sente confusa

Por conta da manipulação psicológica, a vítima fica num estado de confusão permanente. Assim, começa a cogitar que não é uma boa pessoa ou que é até mesmo maluca. Por conta das manipulações vivenciadas, duvida de si mesma e não sabe se o que sente é verdade ou não.

Sente que costumava ser uma pessoa diferente

Confiante. Divertida. Relaxada. Esses adjetivos não podem mais ser usados para descrever a vítima. Aliás, ela não entende o que mudou e só sente que é uma pessoa diferente do que era antes. Nesses casos, é comum amigos próximos e familiares apontarem essas características discrepantes.

Não entende por que não está mais feliz

Mesmo quando coisas boas estão acontecendo ao redor da vítima, ela não consegue se sentir feliz. Aparentemente, tudo está bem, porém, mesmo assim, não consegue ficar bem consigo mesma. O abuso psicológico reprime seus sentimentos.

Como sair de uma relação tóxica?

Para quem vive dentro de uma relação abusiva, é difícil sair. Os medos tomam conta e a crença de que o abusador a ama é tão forte que anula todos os outros acontecimentos. Violência, seja psicológica, física ou sexual, é crime.

Para denunciar uma violência psicológica você pode discar para o número 180 e seguir as instruções inseridas no site do governo para mais informações de como fazê-la. Ainda, por ser uma decisão difícil, o aconselhamento psicológico é essencial.

A terapia pode ajudar a vítima a ter consciência dos acontecimentos e retomar a sua vida emocional de forma saudável. Seja durante o período de abuso, ou após a saída da situação angustiante, a psicoterapia é imprescindível.