Dia do Orgulho LGBTQIAPN+

Ao longo de todo o mês de junho a população LGBTQIAPN+ celebra o Mês do Orgulho, tendo como marco o dia 28 de junho reconhecido internacionalmente. Dias de luta, celebração, debate político e também de resistência.

Nesta sexta-feira, a reportagem do Farol de Notícias conversou com algumas jovens personalidades LGBTQIAPN+ de Serra Talhada e do Sertão do Pajeú, que se percebem dentro da sigla e expressam diferentes identidades de gênero e sexualidades.

Aos nossos entrevistados, que suas histórias de vida, trabalho e enfrentamentos por si só já são uma celebração da data, perguntamos pelo que se orgulham neste dia. Confira as respostas!

DIA DO ORGULHO LGBTQIAPN+

População LGBTQIAPN+ de ST celebra Dia do Orgulho nesta 6ª

Eduarda Cavalcanti, 21 anos, social media do Farol de Notícias, lésbica cisgênero, casada há 2 anos e meio

Eu me orgulho de poder amar sem medo, de poder ser quem sou sem precisar me esconder de pessoas preconceituosas.

Me orgulho de todos os direitos que foi conquistado até aqui e todos que ainda vamos conquistar.

Me orgulho de poder andar de mãos dadas na rua e me orgulho mais ainda da minha geração que vem aos poucos quebrando cada vez mais as falas homofóbicas.

População LGBTQIAPN+ de ST celebra Dia do Orgulho nesta 6ª

Róbson Marques, 33 anos, Dj e produtor cultural, gay cisgênero, namora há um mês

Neste 28 de junho Dia do Orgulho LGBTQIA+, vamos celebrar a diversidade, honrar as conquistas históricas e renovar nosso compromisso com a luta por direitos humanos universais. Garantindo que todos tenham o direito fundamental de serem quem são, sem medo e com orgulho.

Além de ser uma celebração de identidade e amor próprio, o Dia do Orgulho também é um lembrete da importância de continuar lutando por um mundo mais inclusivo e igualitário.

Onde todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero, possam viver suas vidas com dignidade e respeito.

É um momento para educar, promover o entendimento mútuo e construir pontes de solidariedade entre comunidades diversas.

População LGBTQIAPN+ de ST celebra Dia do Orgulho nesta 6ª

Carla Driely, 29 anos, mora em Afogados da Ingazeira, poetisa e professora, bissexual cisgênero, namora há 5 anos

“Eu me orgulho de ser quem sou, de aceitar minha identidade e de viver autenticamente, de ser feliz com quem eu amo independente das imposições sociais”.

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População LGBTQIAPN+ de ST celebra Dia do Orgulho nesta 6ª

Glória Nunes, 21 anos, consultora de vendas no Shopping Serra Talhada, mulher transgênero, casada há um ano

“Tenho orgulho de ser quem quero ser e onde cheguei, orgulho da mulher forte que me tornei, bato no peito sem medo de ser quem sou , mesmo vivendo em um país onde mais mata mulheres trans e travesti, onde todo dia é dia de luta”.

População LGBTQIAPN+ de ST celebra Dia do Orgulho nesta 6ª

Raffaela Gomes, 21 anos, gerente do CineA, travesti, solteira

“Eu tenho orgulho de ser livre e poder ser quem eu quero, mesmo vivendo num país que mais nos mata e nos consome. Tenho o prazer de dizer eu sou sou travesti!”

População LGBTQIAPN+ de ST celebra Dia do Orgulho nesta 6ª

Robson Farias, mora em Triunfo, Drag Queen com a persona Quitéria em homenagem à ilustre Kyta Furacão, performer, professor de Literatura, pesquisador e a(r)tivista, solteiro

Sua obra fala por si:

A performance AINDA NÃO COMERAM TODA NOSSA CARNE FRESCA aborda políticas poéticas a partir das trajetórias de vidas de seis Drag Queens, seis bixas afeminadas que se montam que no interior do Sertão do Pajeú. E que ressignificam em seus corpos CUir/Queer o conceito de (re)existir diante de um território conservador, patriarcal e falocêntrico centrado no conceito de “cabra macho” sob o viés da epistemologia do Cangaço.

Provocar reflexões sobre a (in)visibilidade de sujeitos LGBTQIA+ na terra de Lampião é uma questão emergente por possibilitar a ruptura com os estereótipos e padrões opressores estabelecidos.

O cenário é um matadouro social ativo na terra do Cangaço e que se estende pelo sertão rasgado (e que rasga o corpo, a pele e o ser), especificamente na cidade de Serra Talhada, onde corpos indiGENTES ora são reconhecidos como bichos prontos para o sacrifício, ora são reconhecidos como bixas no sentido mais pejorativo do termo.

Ainda não comeram toda nossa carne fresca é uma performance afetivo-memorialística sobre a via crucis das BIXAS afeminadas do Sertão do Pajeú e do ‘mundo mundo vasto mundo’.

População LGBTQIAPN+ de ST celebra Dia do Orgulho nesta 6ª

Carolaine Silva, 24 anos, estudante de Psicologia, pessoa não-binária bissexual, namora há 7 meses

Não tem como falar do orgulho ignorando toda a violência sutil que ainda existe. E justamente por perceber essas violências e saber como encarar elas de cabeça erguida é o porquê de me orgulhar tanto de ser quem sou. Falar sobre orgulho é falar sobre tudo isso, principalmente, sobre meu processo de aceitação que nunca foi fácil.

É luta por cima de batalha, sendo honesta. Acredito que temos muito o que fazer ainda, principalmente por nós mesmos e espero que quando se trate do mês do orgulho LGBTQIAPN+ que não nos olhem meramente como uma máquina de fazer dinheiro.

Que nos incluam como a inclusão deve acontecer. Também espero que as pessoas que estão passando por esse processo [aceitação] que passem por ele de maneira saudável. Os nossos olhos valem mais do que qualquer outro. Me orgulho de ser quem sou, de hoje não esperar encontrar “petróleo” em ninguém.

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