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Por Ananias Solon, Zootecnista e historiador
A mensagem, eu conto como de fato aconteceu.
Outrora quando não existia celular, as comunicações eram difíceis, a gente tinha que improvisar. Foi numa ocasião de carência que aconteceu um caso curioso bem espetacular.
Estávamos, Eu, Sormany, Fifi e nosso cão de estimação LÔBIM, que era o guardião e companheiro na lida do gado, fazendo parte da comitiva com a missão de nos ajudar arrebanhar a pé, umas vacas que meu Pai havia comprado no povoado de Jatiúca para Serra Talhada.
Na época, quase não existia transporte automotivo. A tecnologia ainda engatinhava, as comunicações eram precárias.
Os meninos raiz nos sertões eram assim, ajudavam seus pais nas tarefas, juntando assim os divertimentos, as aventuras, sempre aliado a escola com muita vontade e alegria, sem esse tal avanço cibernético, nós éramos saudáveis e felizes e não sabíamos.
E depois de percorrer um trajeto de aproximadamente 20km sem parar, chegamos na várzea, propriedade do meu pai, onde ele tinha uma pequena criação de vacas leiteiras.
Lá, só existia uma cocheira e uma casa de apoio. Nossa residência era na saudosa Rua Padre Ferraz, no centro da cidade.
Chegamos exaustos da caminhada, estávamos com sede e fome. Matamos a sede com a água do pote e não tinha outra opção para avisar a nossos pais que tínhamos chegado.
Foi então, que tive a ideia de escrever um bilhete e amarrar na coleira de Lôbim e mandar ele pra casa avisar que tínhamos chegado.
Afugentando e gesticulando no rumo a cidade para Lôbim e logo ele entendeu nossa aflição e saiu em disparada.
Chegando em nossa casa, na rua Peadre Ferraz, fazendo seu aviso através do latido e pulos no pé da porta.
Logo, minha saudosa mãe chegou e com sua sapiência, percebeu o bilhete na coleira de Lôbim.
Lendo a feliz mensagem e com sua habilidade, rápido preparou a comida e mandou para nosso querido Pai, que apressadamente chegou com sua alegria contagiante, perguntando como foi a viagem, nos elogiando de bons vaqueiros, nos deixando alegres e vibrantes com aquela tremenda jornada.
E assim Lôbim ficou conhecido na redondeza, transmitindo vários recados e servindo principalmente a nossa mãe, quando queria falar com meu Pai na vacaria da várzea.
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11 comentários em Ananias Solon conta as peripécia do cachorro mensageiro