
Com informações do g1
Neste sábado (14), a Polícia Federal prendeu o general Walter Souza Braga Netto, que é um dos principais investigados em um inquérito sobre uma tentativa de golpe de estado. Durante a operação, os agentes também realizaram buscas na casa dele. A prisão ocorreu em Copacabana, no Rio de Janeiro, e ele será entregue ao Comando Militar do Leste, onde ficará sob a custódia do Exército.
Braga Netto é um general da reserva do Exército e já ocupou cargos importantes, como o de ministro da Casa Civil e da Defesa durante o governo de Jair Bolsonaro. Ele também foi candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, que não teve sucesso nas eleições de 2022.
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Em novembro do ano passado, a Polícia Federal indiciou Braga Netto, Bolsonaro e outros membros do governo anterior por tentativa de golpe de estado e outros crimes. Um dos eventos mais marcantes ocorreu no dia 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores radicais do ex-presidente invadiram os prédios do Congresso, do Judiciário e do Executivo em Brasília.
Ao pedir a prisão preventiva de Braga Netto neste sábado, a PF argumentou que a liberdade de Braga Netto representa um risco à ordem pública devido à possibilidade de voltar a cometer ações ilícitas.
A Polícia Federal diz que Braga Netto:
• Teve participação relevante nos atos criminosos
• Coordenou ações ilícitas executadas por militares com formação em Forças Especiais (“kids pretos”)
• Entregou dinheiro em uma sacola de vinho para financiar as operações
• Tentou obter dados sigilosos do acordo de colaboração de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
• Tentou controlar as informações fornecidas e alinhar versões entre os investigados
• Teve ação efetiva na coordenação das ações clandestinas para tentar prender e executar o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes
De acordo com as investigações, o general Walter Braga Netto esteve diretamente envolvido no financiamento de ações ilegais, incluindo a entrega de dinheiro em uma sacola de vinho para os golpistas. Desde o início da apuração sobre a tentativa de golpe, a Polícia Federal se viu diante de um dilema: havia evidências suficientes para justificar a prisão de Braga Netto? Os investigadores estavam certos de que ele desempenhava um papel central na trama, mas sabiam que precisavam agir com cautela, especialmente em um caso de tamanha repercussão, que envolve uma tentativa de golpe de Estado sob a liderança de Jair Bolsonaro.
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Com o avanço das investigações, a PF chegou à conclusão de que Braga Netto era o principal arquiteto do golpe, sendo a figura chave por trás do planejamento e oferecendo respaldo e credibilidade entre os oficiais e comandantes. Um dos investigadores descreveu Braga Netto como “a cabeça, o mentor do golpe, mas sob o comando de Bolsonaro”. Para a Polícia Federal, Jair Bolsonaro seria o principal beneficiado por essa ação, mas a estratégia e a operacionalização do golpe estariam nas mãos de Braga Netto, em colaboração com as Forças Armadas.
Os investigadores acreditam que essas informações se tornaram mais claras à medida que a apuração avançava, especialmente com dados obtidos da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Com todas essas evidências em mãos, a Polícia Federal decidiu que tinha o respaldo necessário para efetuar a prisão de Braga Netto, o que ocorreu neste sábado.