Bactérias tóxicas deixam capivaras verdes no Rio Uruguai - Foto: Reprodução/Instagram/salvemos_alrio
Foto: Reprodução/Instagram/salvemos_alrio

Com informações do Metrópoles

Vídeos de capivaras com a pelagem esverdeada, encontradas à beira de rios na Argentina e no Uruguai, viralizaram nas redes sociais. Segundo biólogos, a mudança de coloração é resultado da proliferação de cianobactérias na água, um fenômeno que tem se intensificado na região. O problema ganhou destaque no último domingo (9), no Lago Salto Grande, localizado na fronteira entre os dois países, a cerca de 160 km da divisa com o Brasil. As capivaras, que vivem no local, apareceram com a pelagem tingida de verde devido ao contato com as águas contaminadas.

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O que são cianobactérias?

As cianobactérias, também conhecidas como “algas verde-azuladas”, são microrganismos capazes de realizar fotossíntese e estão presentes em ambientes aquáticos. A proliferação descontrolada desses organismos forma “tapetes verdes” sobre a água, liberando toxinas que podem causar mau cheiro e diversos problemas de saúde. Entre os efeitos estão irritações na pele, problemas hepáticos e neurológicos, dependendo do nível de exposição.

O crescimento excessivo dessas bactérias está associado ao despejo de esgoto e agrotóxicos nos rios, que aumentam a concentração de nutrientes na água. Nas redes sociais, argentinos têm relacionado o fenômeno às políticas mais permissivas do governo de Javier Milei em relação ao uso de agrotóxicos. O debate ganhou força após um riacho na região ficar vermelho, como sangue, no início deste mês.

Riscos à saúde

A Comissão Administrativa do Rio Uruguai (CARU) emitiu um alerta de saúde no início de fevereiro, destacando o aumento das cianobactérias devido às altas temperaturas registradas neste verão. Segundo a comissão, a exposição às toxinas liberadas por esses microrganismos pode causar sintomas como dor de cabeça, desconforto digestivo, náuseas, tonturas, diarreia, vômitos, irritação da pele e dos olhos, inflamação nos ouvidos, nariz e garganta, tosse seca, pneumonia e até lesões hepáticas graves.

Os grupos mais vulneráveis incluem crianças, gestantes, idosos, pessoas com sistema imunológico debilitado, além de pescadores e salva-vidas, que têm maior contato com a água contaminada.

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Como se proteger?

Autoridades recomendam evitar o contato com águas que apresentem coloração esverdeada, turvação ou odor forte. Banhistas devem ficar atentos a sinais como acúmulo de espuma na superfície. Em caso de exposição, é essencial lavar a pele com água limpa e buscar atendimento médico se surgirem sintomas. Animais de estimação também não devem ter acesso à água contaminada.