
Em março, celebra-se o Dia Internacional das Mulheres, data que simboliza a luta histórica feminina pela ampliação de oportunidades e pela igualdade de direitos. Esse momento é muito importante para refletirmos sobre os marcos conquistados, dificuldades que ainda são encontradas e o papel das mulheres na construção da sociedade.
Ainda que existam avanços significativos, ser uma mulher em posição de liderança é um desafio na realidade contemporânea. De acordo com a pesquisa realizada pelo IBGE, divulgada em 2024, a taxa de participação das mulheres no mercado de trabalho foi de 53,3%, enquanto os homens representam 73,2%. Além disso, muitas sentem-se sobrecarregadas por equilibrar o emprego com atividades de casa. Segundo dados da mesma pesquisa, as mulheres dedicaram, em 2022, 21,3 horas semanais aos afazeres domésticos, enquanto os homens gastaram cerca de 11,7 horas.
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A representatividade feminina segue limitada em áreas como engenharia, política e ciência. No Brasil, as mulheres representam somente 0,07% no setor de tecnologia, segundo dados da Serasa Experian. Já na educação, o cenário é o contrário: elas equivalem a 81% dos docentes da educação básica. Essa atuação predominante na formação regular brasileira vai além da sala de aula, abrangendo também a gestão escolar, onde ocupam 80,6% dos cargos, de acordo com o Censo Escolar 2020. No entanto, qual é a visibilidade que essas mulheres realmente recebem?
Nesse cenário, ouvir mulheres que já conquistaram espaço em diferentes áreas é essencial para entender os desafios e, principalmente, para encontrar soluções que possam contribuir para uma sociedade mais justa. A seguir, reunimos reflexões valiosas de profissionais da educação sobre como fortalecer a visibilidade, enfrentar barreiras e abrir caminho para as próximas gerações. Confira!
O papel das mulheres na educação
Para Maria Carolina Araújo, diretora de ensino da Rede Alante, a educação é um local de transformação, e ocupá-lo é uma oportunidade para mulheres participarem de forma ativa da construção de um futuro de igualdade e de respeito. Mesmo que sejam maioria no ambiente escolar, a realidade ainda é de enfrentamento a estereótipos e desigualdade salarial em relação aos homens que lecionam, inclusive, nos mesmos segmentos — segundo dados do Censo Escolar de 2022.
“É fundamental que celebremos as oportunidades e as conquistas das mulheres na educação, sem deixar de buscar o rompimento com esse quadro histórico que permanece nos diversos espaços da sociedade, inclusive no âmbito escolar. É essencial que as crianças e os jovens cresçam reconhecendo a importância da ocupação de mulheres em todos os espaços como papel fundamental para uma sociedade mais igualitária”, compartilha a diretora.
A tecnologia como aliada
A pesquisa da Serasa Experian mostra que 0,33% dos homens atuam na área de TI, enquanto as mulheres seguem à margem dessa profissão. Em uma sociedade marcada pelo digital, é essencial compreender e estar dentro desse universo, podendo, assim, utilizar as ferramentas e plataformas online a seu favor na produtividade. Para isso, o letramento digital é indispensável! A CEO da Start by Alura, Thais Pianucci, defende que essa competência deve ser aprendida desde a infância e trabalhada na educação básica:
“Quando meninos e meninas aprendem sobre tecnologia desde a educação básica, criamos uma oportunidade única de igualdade. Ao introduzir a tecnologia cedo, as meninas passam a enxergar esse campo como um espaço que também pertence a elas. Se essa exposição acontece apenas no momento da escolha de carreira, muitas sequer consideram a área como uma possibilidade. Letrar é fundamental não só para emancipar e equalizar oportunidades, mas para que tenham a certeza de que a tecnologia também é para elas”, conclui.
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Representatividade na literatura infantil
A representatividade feminina na literatura infantil é essencial para a construção de uma realidade mais equitativa. Desde a infância, as crianças são influenciadas pelas histórias que leem, e a presença de personagens femininas fortes, diversas e protagonistas ajuda a estimular a autoestima das meninas. Dessa forma, livros infantis que trazem personagens femininas inspiradoras contribuem para um futuro em que a igualdade de gênero seja mais presente.
De acordo com a head de produtos de Leiturinha, Lindsay Viola, “a presença de pautas e personagens femininas diversas nas narrativas permite que meninas se reconheçam dentro das histórias e se vejam como protagonistas de suas próprias vidas. Quando personagens femininas são retratadas de forma complexa e autêntica, fugindo de estereótipos de gênero, elas ampliam as possibilidades de referência para diferentes realidades e personalidades”.