
Com informações do Diário de Pernambuco
Dois estudos publicados na renomada revista médica The Lancet projetam que, até 2050, cerca de 60% dos adultos em todo o mundo estarão com excesso de peso ou obesidade. Essa previsão alarmante indica que aproximadamente 3,8 bilhões de adultos e 746 milhões de crianças e jovens poderão enfrentar essa condição, um aumento significativo em relação aos números de 1990, quando eram registrados 731 milhões de adultos e 198 milhões de jovens nessa situação.
As pesquisas destacam que a crescente epidemia de obesidade está associada a um aumento do risco de doenças como diabetes tipo 2, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer. “A epidemia global sem precedentes de excesso de peso e obesidade é uma tragédia profunda e um fracasso social monumental”, afirmou Emmanuela Gakidou, co-autora do estudo e co-fundadora do Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), localizado nos Estados Unidos.
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Os dados revelam que, nos países com renda mais elevada, a porcentagem de homens obesos aos 25 anos aumentou drasticamente: apenas 7% dos nascidos na década de 1960 eram obesos nessa faixa etária, enquanto esse número saltou para 16% entre os homens nascidos na década de 1990. Para aqueles nascidos em 2015, a previsão é que atinja impressionantes 25%.
As análises abrangem quase todos os países do mundo e classificam os adultos como aqueles com 25 anos ou mais e as crianças e jovens entre 5 e 24 anos. Embora se espere que os jovens tenham mais chances de ter excesso de peso do que serem considerados obesos em 2050, as taxas de obesidade devem aumentar em 121% nas próximas décadas.
Em termos geográficos, em 2021, mais da metade dos adultos com excesso de peso ou obesidade estava concentrada em apenas oito países: China (402 milhões), Índia (180 milhões), EUA (172 milhões), Brasil (88 milhões), Rússia (71 milhões), México (58 milhões), Indonésia (52 milhões) e Egito (41 milhões). O relatório aponta que o crescimento populacional na Ásia e na África Subsaariana será um fator relevante para o aumento da obesidade.
Entre os países com alta renda, as maiores taxas estão previstas para os Estados Unidos, Chile e Argentina. A Grécia deve se destacar como o país europeu com maior índice de obesidade em 2050, com estimativas indicando que 48% das mulheres e 41% dos homens estarão nessa condição.
Os pesquisadores alertam que o aumento das complicações relacionadas à obesidade já impacta a longevidade e a saúde em várias regiões da Europa, nos EUA e na Austrália. Em uma projeção preocupante, estima-se que até um quarto dos adultos obesos no mundo terá mais de 65 anos até 2050, o que pode sobrecarregar ainda mais os sistemas de saúde, especialmente nos países menos favorecidos.
“Embora possamos estar fazendo alguns progressos em algumas partes da Europa e América do Norte, estamos observando uma trajetória completamente oposta nos países de renda média e baixa”, comentou Johanna Ralston, diretora executiva da Federação Mundial da Obesidade (FMO). A FMO também revelou que apenas 7% dos sistemas de saúde globais estão preparados para lidar com o aumento dos problemas relacionados à obesidade.
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Atualmente, a obesidade é responsável por cerca de 1,6 milhão de mortes prematuras anualmente devido a doenças como diabetes, câncer e doenças cardíacas. Ralston enfatizou que medicamentos eficazes para perda de peso podem ser “terapias transformadoras”, mas não serão suficientes para conter a epidemia sem mudanças políticas significativas que promovam sistemas alimentares saudáveis e incentivem a atividade física nas comunidades.