
Com informações da Folha de Pernambuco
O município de Exu, no Sertão pernambucano, perdeu na última quinta-feira (13) uma de suas figuras mais queridas e emblemáticas: o agricultor José Ferreira Campos, conhecido como Zé Pequeno, faleceu aos 114 anos. Reconhecido por sua simpatia e longevidade, ele deixou um legado de 28 filhos, além de mais de 200 netos e trinetos.
Zé Pequeno foi internado no Hospital Municipal José Pinto Saraiva no dia 5 de março, com um quadro de infecção urinária, desidratação e pressão arterial baixa. De acordo com o filho Ronaldo Ferreira, o agricultor estava próximo de receber alta hospitalar, mas sofreu uma queda de pressão e faleceu por volta das 16h do dia 13.
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“[Nós] o levamos ao hospital municipal no dia 05/03 com a pressão arterial baixa, desidratado e com infecção urinária, pois já havia alguns dias que estava se alimentando pouco. Ontem (13) ia ter alta hospitalar, mas teve queda de pressão e por volta das 16h faleceu”, relatou Ronaldo.
Apesar de a causa da morte ainda não estar confirmada, a família destacou que Zé Pequeno tinha uma saúde admirável para sua idade. Ele mantinha hábitos saudáveis, fazia caminhadas regulares com o auxílio de filhos e netos e utilizava apenas medicamentos para controlar a pressão arterial. Segundo Ronaldo, o segredo de sua longevidade era a “vontade de viver e o sentimento de gratidão”.
Trabalho e dedicação à terra
Zé Pequeno era um homem ativo e dedicado à agricultura. Ele trabalhou na rocha até os 99 anos, cultivando milho, feijão, fava, feijão andú e melancia. A família contou que foi difícil convencê-lo a parar de trabalhar, mas um acidente na rocha, onde ele cortou a testa, levou os filhos a insistirem para que ele se aposentasse.
“Ele plantava milho, feijão, fava, feijão andú, melancia… Trabalhou até os 99 anos, gostava muito de trabalhar. Mas uma certa vez, vindo da roça, ele caiu e cortou a testa. Neste episódio que ficamos preocupados e tentamos convencer a parar de trabalhar. Foi uma fase muito difícil”, revelou Ronaldo.
Chegada a Pernambuco
Nascido no Crato, no Ceará, Zé Pequeno mudou-se para Pernambuco na década de 1960 em busca de novas oportunidades. Ele se estabeleceu em Exu, onde se tornou um dos agricultores mais respeitados da região. “Ele veio trabalhar aqui em Pernambuco, aqui na cidade de Exu, no Sítio Marçal, trabalhava na agricultura, segundo o povo da região, era um dos homens que mais colhia legumes na cidade. Muitos queriam trabalhar nas terras dele”, contou Ronaldo.
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Um homem querido por todos
Zé Pequeno era conhecido por sua simpatia e carisma. Ele mantinha contato com amigos e vizinhos, sempre recebendo todos com carinho e brincadeiras. “No dia a dia, ele ficava em casa, no quarto dele, que tinha uma porta com saída para rua e ela tinha que ficar aberta, para toda pessoa que passava, geralmente vinha para falar com ele. Sempre recebia todos com carinho e brincadeiras. Era muito querido”, lembrou o filho.