"Distensão abdominal" e uso de sonda: entenda o quadro de Bolsonaro

Da Folha de PE

O médico Luiz Roberto Fonseca, diretor do Hospital Rio Grande, onde Jair Bolsonaro foi internado ontem em Natal, afirmou que não há indicativo de que o paciente precisará passar por uma intervenção cirúrgica. O ex-presidente deu entrada na unidade de saúde após sentir fortes dores abdominais e com complicações no intestino delgado.

Em entrevista coletiva, o responsável pela unidade hospitalar disse que uma sonda nasogástrica (que permite manter a alimentação e a administração de medicamentos em casos de problemas intestinais) tirou Bolsonaro da condição de urgência.

— Ele não tem condições de alta. Tem uma distensão abdominal, uma condição de semioclusão intestinal (obstrução parcial do intestino que dificulta a eliminação de gases e fezes). Por agora, não há indicação de necessidade de intervenção cirúrgica de emergência.

Fonseca afirmou ainda que o ex-presidente permanecerá em dieta zero e hidratação intensa, para regular o funcionamento do intestino.

— Ele não tem sinais clínicos que falem a favor de um abdômen agudo obstrutivo ou um abdômen infeccioso que impõe a necessidade de intervenção cirúrgica no momento.

De acordo com o diretor do hospital, um andar inteiro foi reservado para Bolsonaro, por questões de segurança. O médico afirmou que o ex-presidente está consciente, bem humorado e já conversou com os médicos e com a família. Caso os médicos do político optassem por uma transferência, Bolsonaro estaria estável o suficiente para viajar em UTI aeroespacial.

— É uma decisão que cabe à família — disse.

Por meio das redes sociais, Bolsonaro afirmou que seu quadro de saúde é estável e que se deu ainda em decorrência da facada sofrida nas eleições de 2018.

“Graças a Deus, meu quadro está estável e sigo me recuperando, sem febre e com boa evolução clínica”, publicou.

Bolsonaro ainda agradeceu as equipes médicas das unidades hospitalares que passou. Ele foi atendido primeiro em Santa Cruz (RN) e, posteriormente, foi transferido para Natal: “Com a ajuda dos médicos e a proteção de Deus, em breve estarei de volta, pronto para retomar minha missão de percorrer as cinco regiões do Brasil”.

Ministro ironiza
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, usou uma foto do momento em que Bolsonaro foi socorrido ontem por paramédicos para elogiar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu primeiro mandato.