O 'Calma, papai' e os desafios de Márcia para manter o grupo unido

Por Paulo César Gomes, professor, pesquisador, historiador, escritor, colunista do Farol e apresentador da TV Farol 

“Calma papai!” Essa frase dita pelo presidente da Câmara de Vereadores de Serra Talhada, logo após o discurso inflamado do vereador China Menezes, é um reflexo do imbróglio político na qual o grupo da prefeita Márcia Conrado está envolvido.

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A prefeita, logo após ser reeleita, já caiu em campo para emplacar o nome do esposo como pré-candidato a deputado estadual, o que reverberou na relação com Sebastião Oliveira e Waldemar Oliveira, aliados importantes em 2024.

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O grupo governista gira em círculos, principalmente após o afastamento de Márcia da governadora e a aproximação de Raquel Lyra ao deputado Luciano Duque. E restabeleceu uma nova formação política em Serra Talhada.

Incômodo com a nova redistribuição das forças no município, incluído os irmãos Oliveiras, deixou a base governista na Câmara de Vereadores e nas redes sociais perdidas, e muitas vezes recorrendo a termos e expressões aleatórias e desordenadas. Nesse caso, vale relembrar a frase de Manoel Enfermeiro: “Calma, papai!”

Na outra ponta da história, vem a direção estadual do PT, que vai tentar enquadrar a prefeita, seu esposo, e os vereadores da legenda. Segundo o deputado Carlos Veras, a prioridade do PT em Pernambuco, é a reeleição do Senador Humberto Costa, e a segunda prioridade, a eleição de deputados estaduais e federais do partido.

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Mas, o mais importante, é a gestão. Será que Márcia vai conseguir deixar sua marca como gestora? Será que ela será lembrada como a melhor prefeita da história de Serra Talhada? Talvez sim. Talvez não. Na verdade, a estrutura da prefeitura está inchada e viciada, o que se faz hoje é o básico, é o velho feijão com arroz. E muita coisa acontece porque existe a cobrança da sociedade.

O governo e o grupo da prefeita têm que sair da zona de conforto, da liturgia retórica e colocar cabeças, pés, mãos e vozes para trabalhar.

Que votou em Márcia, espera que ela trabalhe mais e deixe a política para o tempo da política. E os vereadores governistas precisam olhar para seus umbigos e se darem conta de que o povo não é bobo. A gestão está carente de gente que enxergue os problemas do município e proponha soluções para melhora na cidade. Mas, certamente, o meu nobre amigo Manoel Enfermeiro, após ler essa opinião, me dirá: “Calma papai!”