
Do: FolhaPE
O corpo de Arlindo Cruz foi velado neste sábado (9) desde às 18h, na quadra do Império Serrano, em Madureira, na Zona Norte do Rio. De acordo com a agremiação, o velório foi aberto ao público e realizado em formato de gurufim, uma tradição trazida para o Brasil por africanos escravizados.
Habitual entre personalidades do mundo do samba, a cerimônia funerária é uma despedida festiva que conta com muita música, festa, bebida e dança. A homenagem a Arlindo poderá se estender até 10h de domingo (10).
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— Antigamente os corpos ficavam em casa, na mesa do jantar. Isso a noite inteira, com o pessoal se revezando. Então, se fazia uma brincadeira para não deixar as pessoas dormirem. Hoje os velórios são nas capelas dos cemitérios e lá tem várias outras famílias e não dá para fazer a mesma coisa.
O gurufim era um acontecimento muito agradável. As pessoas das comunidades não perdiam um. Eu mesmo já fui a muitos — relatou o cantor e compositor Martinho da Vila, cujo último enterro festivo de que se recorda foi o do também sambista Luiz Carlos da Vila, morto em 2008 e velado na quadra da Vila Isabel.
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Os gurufins descendem dos ritos de origem banto. Segundo a historiadora e pesquisadora Juliana Bonomo, a tradição passou a ser notada no Rio no início do século XX, quando as populações de origem africana são empurradas para os morros e subúrbios em um processo de gentrificação
Segundo o Império Serrano, depois da despedida festiva, o sepultamento de Arlindo ocorreu neste domingo, 10, às 11h, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap.