
Nesta sexta-feira (23), a reportagem do Farol de Notícias esteve na residência de Dona Elizabeth Lopes de Barros, de 93 anos, moradora do bairro São Cristovão, em Serra Talhada, para conhecer um pouco da sua história de vida e falar sobre suas memórias vivenciadas durante a Festa de Setembro. Nascida no dia 4 de junho de 1932, Dona Betinha não casou e não teve filhos e começou a trabalhar desde muito cedo. Ela lembra com muita alegria, dos diversos momentos que vivenciou durante o período da Festa de Setembro e do período de novenário em honra a Nossa Senhora da Penha, em Serra Talhada, sempre ao lado de seus familiares.
Durante muitos anos ela trabalhou como costureira e foi responsável por produzir diversos vestidos e roupas em geral, para clientes que iam para a novena, festa ou até mesmo para o desfile. Além da atividade laboral que desempenhava durante todo o ano e se intensicava ainda mais neste período, ela também comenta de sua fé e devoção pela padroeira da cidade e dos momentos que vivenciou com seus familiares.
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“Eu era costureira e o povo era tudo atrás das costuras. Enquanto não estava tudo pronto, ninguém não saía. Era roupa para a novena, para tudo. Mas eu ainda ia pra procissão, ia para o desfile. Eu não perdia, tinha que ir. Nem que tivesse cansada, né? Porque, às vezes, eu costurava a noite toda, mas ia pros cantos. Não perdia novena, não. Toda a vida eu fui devota de Nossa Senhora da Penha. Porque a gente tem que ter fé em Deus, né, meu filho? Se a gente não for criar nas coisas boas que Deus dá a gente, a gente não é feliz. Nós somos felizes porque nós temos que criar em Deus, Nossa Senhora da Penha, que nos ajuda, que dá coragem, que dá saúde, dá paz, dá felicidade”, relata Dona Elizabete.
Quando mais jovem, Dona Betinha costumava ir a missa todos os domingos, participava das noites de novena, como também da procissão. Apesar da idade avançada, ela relata que mantém sua devoção a virgem da Penha e este é sempre um momento bastante aguardando para expressar sua fé e gratidão a Deus, por todas as graças alcançadas.
A reportagem do Farol de Notícias também conversou com o auxiliar de escritório Rodrigo Barros, 23 anos, que é sobrinho-neto de Dona Elizabete. Ele vivenciou vários momentos com sua tia-avó e seus familiares desde a infância, durante a Festa de Setembro e relembra alguns deles vividos com sua tia:
“Eu tenho várias memórias deste período. Tia Beta não teve filhos, mas criou todos os sobrinhos, como se fossem filhos dela. E até mais também, são vários sobrinhos. Na verdade, tia Beta é minha tia-avó, mas é mesmo que seja uma tia realmente. E ela sempre levava a gente para o desfile, ela gostava bastante de assistir.
Na noite da Festa de Setembro, descer ali também na praça, dar uma volta, lanchar. São essas memórias que a gente tem. Desde criança, sempre fui com ela, com a família e a gente ficava ali com minhas tias, meus pais, meus primos e era muito bacana. Hoje em dia eu ainda frequento a igreja, todos os domingos também”, contou Rodrigo.
Para Dona Betinha, uma de suas memórias mais marcantes deste período, aconteceu na abertura do novenário do ano passado, mais especificamente, no show do Padre Alessandro Campos, que estará de volta a programação deste ano. Ela estava assistindo ao show do Padre na plateia, quando recebeu das mãos do religioso, um terço, que com muito carinho e gratidão, guarda até hoje.
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“Esta foi a coisa mais importante da minha vida. Eu achei… Eu cresci e me renovei naquele dia, o que é muito importante. E ele fazia assim para o meu lado. A menina dizia, o padre, está fazendo assim? Eu digo, então, para você também. Aí ele desceu, me abraçou e botou o terço no meu pescoço. Eu não perco uma missa dele, no domingo, na televisão. Porque quando eu era nova, eu ia à missa todo domingo, ou seis horas, na igreja, ou nove horas, né? Mas eu assisto na televisão. Todo domingo eu assisto. Eu assisto em casa direto, porque a gente tem que se lembrar de Deus, né? Não é só para pedir, não. Nos momentos felizes, nas horas boas, a gente tem que lembrar de Deus. Que Deus é sobre todas as coisas. Só vem coisa boa para nós, porque Deus dá. Não fosse Deus, nós não estaríamos aqui. Estou com você, com vocês aqui, porque Deus prometeu”, pontuou.
Com o anúncio da vinda do Padre Alessandro, para a abertura da Festa da 235ª Festa de Nossa Senhora da Penha, Dona Elizabete diz que está animada para rever o Padre e espera conseguir abraça-lo e até mandou um recado para o religioso:
“Ah, se eu pudesse mandar um recado, eu diria para ele vir para a festa de setembro. Eu queria ver ele, falar com ele pessoalmente. E agradecer a Deus. Seria muito feliz, porque estou perto dele. Eu agradeço muito a Deus. Queria a benção dele. A gente tem que ser feliz na vida da gente. Pensar nas coisas boas de Deus. Porque se a gente não pensar nas coisas boas de Deus, nós não temos”, finalizou.
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