Fotos: Licca Lima/Farol de Notícias
Fotos: Licca Lima/Farol de Notícias

No último sábado (27), a reportagem do Farol de Notícias conheceu a história do jovem estudante, José Lucas Campos, de apenas 15 anos. Morador do bairro Jardim das Oliveiras, em Serra Talhada, há cerca de 4 anos, ele concilia estudos, vida social e o violino.

Embora a prática do instrumento musical seja algo relativamente recente, sua relação com a música já vem de berço, pois, ele conta que vem de uma família de músicos, com habilidades em diversos instrumentos. Desde pequeno, Lucas sempre frequentou a igreja com seus familiares e os via tocando instrumentos e foi lá que por acaso, começou o seu gosto pelo violino:

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“Eu queria tocar flauta tranversal lá na igreja, só que o que tinha era violino. E eu já sabia a partitura, e eu tocava flauta. Aí eu pensei, eu quero uma flauta, só que só tem violino. Aí eu peguei o violino, totalmente no acaso. Não tinha nenhum interesse em tocar violino. Desde pequeno mesmo, quando eu nasci na igreja, já. Só que eu não gostava de música. Eu não gostava de música e eu brigava com minha família, porque minha família era tocando o dia todo, e eu não gostava de nada disso. Eu só queria saber de estudar coisa da escola. Minha família tem mais de dez músicos. Se for falar, cada um tem músico em orquestra sinfônica, tem músicos que tocam em banda. Minha família, em geral, de casa mesmo, minha mãe, meu pai, meu irmão, todos tocam, todos são músicos”.

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Érica Campos, mãe de Lucas, também falou sobre sua relação com a música e sobre o envolvimento com instrumentos musicais, que vários familiares possuem:

“Minha relação musical começou aos meus nove anos de idade. Eu tinha nove anos quando comecei a estudar com a professora Luciene. Estudava teclado e piano, estudei muito tempo com ela, muito tempo mesmo. Depois toquei vinte e dois anos na igreja, aí resolvi mudar. Na minha família, a família da minha mãe, também tem músicos. Temos primas que tocam também como eu. O meu instrumento hoje é saxofone, eu sou saxofonista. Tem uma prima também que é saxofonista, que são violinistas, flautistas também, violonista, contra-baixista. Tem meu filho, o mais velho, que é trombonista e baterista. Na família do meu pai, eu não tenho lembrança se tem alguém. Mas o coração pulsou, acredito que em mim mesma. Porque na época eu não tinha envolvimento assim com ninguém de música. Só ouvia as pessoas tocarem e eu sempre dizia, quando eu crescer, eu quero ser igual aquela pessoa. Você sabe, pra você ter ideia, que quando você nasce pra música, quando a música nasce em você, qualquer coisa é um instrumento musical e o meu primeiro piano, meu primeiro teclado, foi um pedaço de caixa de porta”, relembrou Érica, complementando:

“Lá em casa nós temos teclado, clarinete, saxofone, violino, contrabaixo, violão, ukulele, escaleta, flauta, tem mais. Tem os pífanos dele, que ele é apaixonado pela cultura nordestina. Tudo ele tem. E, pra ser sincera, dizer pra vocês, nós respiramos música. A música me ajuda em muita coisa. A música me ajuda com ansiedade. A música me mantém focada. A música me incentiva a viver cada dia em meio a tanta coisa que a gente vê. Mas, eu foco nela e ela me ajuda bastante. Viver focado na música não é fácil, mas é possível”, finalizou.

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Érica também falou sobre o comprometimento de Lucas em tudo que faz e destaca que com a música não tem sido diferente, o que tem dado bastante orgulho e felicidade aos seus pais e também aos seus familiares:

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“José Lucas, ele é um menino incrível. Ele foi uma criança que sempre foi desenvolvido em tudo que fez. E na música ele tem nos surpreendido, tanto a mim, como a todos os demais da família. Ele nos surpreende por todos os lados. Ele é sempre responsável, envolvido com tudo aquilo que se é dado a ele para fazer. Extremamente cuidadoso, dedicado demais. E ser a mãe de José Lucas pra mim é uma dádiva, é um prazer. Eu digo pra ele todos os dias, mamãe te ama, porque realmente é aquilo que o filho deseja ouvir de mamãe”, destacou a mãe.

Lucas contou que para ele, tocar o violino se tornou um hobby, é algo satisfatório e que faz porque é algo que realmente gosta. Questionado sobre encarar a música como um ramo profissional, ele esclarece que não encara desta forma, pois, para ele, a música tem que ser algo prazeroso e não que se faça por obrigação:

“Eu não me considero um profissional, porque um profissional tira a liberdade. Se você for profissional, você tem que viver daquilo. É uma obrigação de você mesmo, estudar todo dia, tocar todos os dias, e eu toco porque eu gosto. Eu toco em eventos porque eu gosto. Não é nada profissional, por assim dizer, eu tenho que tocar naquilo, eu tenho que tocar todos os dias. Não, porque perde a minha liberdade. Perde a música, realmente, a música tem que ser algo prazeroso. E a partir do momento que a música se torna algo profissional, muito profissional, no caso, você perde o gosto de tocar. E eu toco porque eu gosto, não porque é profissional”, pontuou.

O jovem violinista também deu um conselho para aqueles que desejam aprender a tocar violino. Para ele, a paciência e o estudo são as peças chave do processo de aprendizado:

“Você tem que estudar muito, você tem que pesquisar muito, principalmente o violino, que é um instrumento que eu acho que é o instrumento que mais tem material, tem mais conteúdo, tem mais livros escritos, tem mais tratados feitos, mais estudos sobre ele, o que é mais complexo. O violino é mais complexo do que o piano, o violino tem mais de 86 peças. Assim, aparentemente pensa que é uma peça inteira, mas é mais de 86 peças. É bem complexo, você tem que estudar muito e ter muita paciência, porque a paciência é a base pra tudo”, analisou Lucas, complementando:

“Você tem que ter paciência pra aprender esse instrumento, não vá pensando, não coloque muita expectativa, não pense que você vai pegar já tocando, que você não vai. Isso é impossível acontecer de você já pegar o violino no mesmo dia e sair tocando. Não digo impossível, que aconteça, no meu caso foi assim. No meu caso foi assim, mas eu passei o dia todo também, desde manhã até de noite. Mas, tenha paciência, não coloque expectativa em si mesmo, não coloque muita confiança quando você for pegar esse violino, que você pode se frustrar e você pode acabar desistindo de aprender”