A Rússia afirmou neste domingo (9) que poderá retomar os testes nucleares se os Estados Unidos decidirem fazer o mesmo. A declaração foi dada pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que ressaltou que Moscou continuará respeitando o acordo internacional de proibição — a menos que Washington o quebre primeiro.
Segundo Peskov, o presidente Vladimir Putin já havia deixado claro que o país segue comprometido com a moratória nuclear, mas que “terá de reagir” se outro governo descumprir o tratado.
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“A Rússia não tem intenção de realizar testes, mas se outro país violar os compromissos, teremos de agir para manter a paridade”, afirmou o porta-voz à imprensa local.
O Kremlin destacou ainda que a declaração não significa uma retomada imediata dos testes, mas que o país está preparado para responder a qualquer provocação dos norte-americanos.
Tensão após declarações de Trump
A fala ocorre dias depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmar que pretende reavaliar a política de testes nucleares americana. Segundo ele, os Estados Unidos precisam garantir “paridade estratégica” com Rússia e China, o que acendeu o alerta sobre uma possível nova corrida armamentista.
Desde 1992, os EUA mantêm uma moratória informal que proíbe testes com explosões nucleares. A Rússia adota a mesma prática desde 1990.
Após as declarações de Trump, o governo russo cobrou explicações sobre o que ele quis dizer ao mencionar o possível retorno dos testes. Peskov afirmou que Moscou está analisando cuidadosamente os próximos passos, considerando o cenário internacional.
Negativas e preocupações internacionais
O porta-voz russo também negou que os recentes testes com o míssil Burevestnik e o torpedo Poseidon, ambos capazes de transportar ogivas nucleares, tenham relação com ensaios atômicos. Ele classificou as especulações sobre o tema como “superficiais e incorretas”.
Trump, por outro lado, citou esses experimentos como justificativa para reavaliar a política americana, o que aumentou as tensões entre as duas potências.
A discussão acontece em meio à guerra entre Rússia e Ucrânia e ao agravamento das relações entre Moscou e o Ocidente. Organizações internacionais alertam que uma possível retomada dos testes nucleares pode desestabilizar ainda mais o cenário geopolítico e reduzir as chances de acordos de paz duradouros.
Do Metrópoles