
Há dois tubarões que querem dominar um oceano no brasil. Esse oceano chama-se “esportes ao vivo”. De um lado, o tubarão Netflix e do outro lado, um tubarão chamado Paramount. Em temos, o tubarão era a Warner, mas isso parece estar prestes a mudar. Importa então perceber o que é que pode mudar para a pessoa mais importante de todo este cenário: o espectador.
É ele que, fim de semana atrás de fim semana, liga a TV para assistir ao seu time favorito. Numa notícia recente da GE, é possível constatar que há cada vez mais pessoas a ir ao estádio, sobretudo no Rio já que o Flamengo é o time que lidera esta tabela. No entanto, há milhões de brasileiros que ainda acompanham o futebol pela televisão e vamos então perceber o que pode mudar, em ambos os cenários.
O que muda se a Netflix assumir o controle
Caso a Netflix saia vencedora na disputa, o impacto seria imediato. A plataforma, que hoje ultrapassa 75 milhões de assinantes na América Latina, ainda não possui uma operação robusta de esportes ao vivo no Brasil. A aquisição da Warner mudaria esse cenário de forma radical.
Na prática, a Netflix passaria a controlar a TNT Sports e, com isso, os direitos da Champions League e do Paulistão até 2029. Isso abriria espaço para um novo modelo de transmissão, com jogos ao vivo integrados à plataforma e forte aposta em conteúdos sob demanda, estatísticas em tempo real e experiências personalizadas.
Por outro lado, o acesso gratuito ou semiaberto poderia diminuir. Diferentemente da TV aberta, o streaming exige assinatura, o que pode reduzir o alcance popular de algumas competições, especialmente entre públicos que ainda dependem de transmissões tradicionais.
Paramount: continuidade com ajustes estratégicos
Se a Paramount vencer a disputa, o cenário tende a ser diferente, mas não menos impactante. A empresa já atua no Brasil com o Paramount+ e com a Pluto TV, plataforma gratuita suportada por publicidade, com transmissão quase diária de jogos. No entanto, a Paramount anunciou o encerramento gradual da distribuição de canais pagos tradicionais no país, o que também sinaliza uma migração acelerada para o digital.
Nesse contexto, os esportes poderiam ficar divididos entre streaming pago e plataformas gratuitas com publicidade, mantendo algum nível de acesso amplo, mas com menor presença na TV por assinatura convencional.
Streaming, apostas esportivas e novos hábitos
A migração dos esportes para o streaming não afeta apenas o torcedor tradicional. Ela tem impacto direto no mercado de apostas esportivas, que cresce rapidamente no Brasil. Transmissões digitais permitem integração mais eficiente com estatísticas ao vivo, múltiplas telas e dados em tempo real, elementos essenciais para apostadores.
Com jogos concentrados em plataformas digitais, aumenta o consumo simultâneo de streams e apps de apostas, favorecendo mercados como apostas ao vivo, estatísticas avançadas e micro-apostas durante a partida.
Nesse cenário, torna-se cada vez mais relevante que veja a comparação das melhores opções do mercado, para perceber que plataformas oferecem melhor experiência, odds e cobertura, tanto para assistir quanto para apostar. Para quem acompanha esse mercado de perto, isto é especialmente importante porque no streaming, dados e apostas caminham juntos.
Efeitos diretos sobre grandes competições
A Champions League é o principal ativo em jogo. Seja com Netflix ou Paramount, a tendência é que a competição se torne cada vez mais digital, com menos dependência de canais tradicionais. O mesmo vale para o Campeonato Paulista, que já funciona como laboratório de novos formatos de transmissão.
No caso da Libertadores, a situação é diferente. A Conmebol tem sinalizado interesse em manter os direitos fragmentados, dividindo partidas entre TV aberta, canais pagos e plataformas digitais. Esse modelo híbrido tende a continuar, independentemente de quem controle a Warner, garantindo maior diversidade de acesso.
Já o Brasileirão, que movimenta cifras superiores a R$ 1,5 bilhão por ciclo de direitos, segue com negociações descentralizadas, o que pode abrir espaço para novos players digitais entrarem em futuras licitações.
Concorrência mais intensa e pressão sobre broadcasters
A disputa entre Netflix e Paramount acelera uma tendência já em curso: a perda gradual de espaço dos broadcasters tradicionais. Canais de TV aberta e paga continuam relevantes, mas enfrentam concorrência direta de plataformas que oferecem flexibilidade, personalização e acesso multiplataforma.
Isso força uma adaptação do modelo de negócios, com mais parcerias, sublicenciamento e distribuição híbrida, algo que já acontece em mercados como o europeu e o norte-americano.
O que esperar para os próximos anos
Independentemente do vencedor, o impacto sobre o esporte no Brasil será profundo. A tendência aponta para um cenário mais fragmentado, com conteúdos distribuídos entre streaming, TV aberta, plataformas gratuitas com anúncios e serviços premium.
Para o fã, isso pode significar mais opções e experiências personalizadas. Para o mercado, representa maior concorrência, inovação tecnológica e novos modelos de monetização. Já para o esporte como produto, o desafio será equilibrar alcance popular e rentabilidade.
A batalha entre Netflix e Paramount pela Warner Bros. Discovery não decide apenas o futuro de uma empresa, mas ajuda a moldar como o brasileiro vai consumir esporte, interagir com transmissões e acompanhar grandes competições nos próximos anos.