E o caldo entornou de vez na relação entre o prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT), e o antecessor, Carlos Evandro (PSB). Apesar do ex-prefeito ter sido o principal responsável pela eleição do petista, Duque acabou soltando uma série de irregularidades supostamente ocorridas durante a gestão do seu padrinho. Falando ao Blog do Nill Júníor, Luciano confirmou a existência de superfaturamento de festas que teriam ocorrido na gestão passada, a qual ele participou ativamente como vice-prefeito por oito anos, entre outras movimentações.
“Os professores pediam 18% de aumento, ele dava os 18% e esquecia de um detalhe: quando se dar um aumento para o professor estoura na previdência, pois ele (Carlos) não pagava a previdência. Carlos Evandro não fazia repasses para Previdência e deixou um rombo de R$ 5 milhões, quando se corrige vai para R$ 7 milhões. Saía R$ 120 mil por mês da Prefeitura para pagar este parcelamento”, desabafou Duque.
Luciano Duque também revelou irregularidades de Carlos Evandro quanto à Previdência Municipal. “Ele nunca fez parcelamento da Previdência Geral. Sabe como é que ele fazia? Fazia uma GFIP de R$ 150 mil e pagava uma de R$ 15 mil e empurrava com a barriga. Há cada seis meses se precisava tirar Certidão Negativa de Débitos (CND) e com parcelamento tirava a GFIP novamente. Resultado: isto estourou dentro deste governo”, declarou Duque.
No entanto, apesar de dar detalhes das operações realizadas pelo governo Carlos Evandro, Luciano garantiu que não tinha conhecimento, quando vice-prefeito, de nada daquilo que estaria acontecendo. “Então dizem: não, você fazia parte (da gestão). Fazia parte de quê? Já viu vice-prefeito saber de nada? Eu não sabia de nada”, se esquivou.
SUPERFATURAMENTO
Ainda durante a entrevista, Luciano Duque deixou no ar a suspeita quanto ao uso do dinheiro dos impostos da Odebrecht e da venda das contas do Bradesco e revelou um suposto superfaturamento das festas populares.
“Ele teve a Odebrecht que botava R$ 500 mil todo mês na Prefeitura. Todo mês era R$ 500 mil na conta da Prefeitura. Ele vendeu as duas contas do Bradesco. Pegou R$ 3 milhões da primeira vez e R$ 5 milhões. Eu não sei como ele gastou este dinheiro. Agora, hoje ele começa a enxergar as coisas. Eu faço um paralelo. Gastei R$ 800 mil na Festa de Setembro, na última festa que ele fez foi R$ 2 milhões. No caso dele (Carlos) é claro que houve superfaturamento”, enfatizou Duque.
53 comentários em Em meio à polêmica de aumento do IPTU, Duque admite corrupção no governo Carlos