A agonia da Casa da Cultura de ST que já foi nosso símbolo

Por Zuca, pseudônimo de um produtor cultural de Serra Talhada

A Casa da Cultura de Serra Talhada, um dos marcos arquitetônicos e históricos da cidade, enfrenta um processo de lenta e dolorosa descaracterização. Construída no início do século XX, a edificação que já foi um símbolo da cultura e da memória local, agora agoniza diante de mudanças que comprometem sua identidade e sua função como guardiã da história da região.

Por décadas, o prédio foi palco de eventos culturais, exposições, encontros e, sobretudo, um espaço de preservação da memória do povo serra-talhadense. No entanto, com intervenções estruturais que cortam partes de sua arquitetura original e a remoção de objetos e fotografias que narravam a trajetória da cidade, a Casa da Cultura se vê esvaziada de seu próprio significado. Não se trata apenas de modificações físicas, mas de um apagamento simbólico que dilacera a identidade de Serra Talhada.

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Os cômodos, que antes contavam histórias através de documentos, móveis e imagens de um tempo que não volta mais, agora se transformam em espaços sem alma, distantes daquilo que um dia representaram. A falta de um plano de preservação adequado e a ausência de políticas públicas efetivas para a conservação do patrimônio cultural, agravam ainda mais a situação.

Esse processo não apenas enfraquece a memória coletiva, mas também, compromete o potencial turístico e educacional da cidade. A Casa da Cultura poderia ser um ponto de encontro entre o passado e o presente, promovendo atividades que valorizassem a história local. No entanto, se as ações de descaracterização continuarem, restará apenas uma estrutura vazia, um prédio sem vida, incapaz de narrar a grandiosidade que um dia teve.

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Diante desse cenário, é urgente que a sociedade civil, os gestores públicos e os amantes da cultura se mobilizem para impedir que a Casa da Cultura de Serra Talhada se transforme em apenas uma lembrança vaga na memória de poucos. Preservar esse espaço é preservar a própria história da cidade, garantindo que as futuras gerações possam conhecer e se conectar com suas raízes.