
Por Paulo César Gomes, professor, escritor, pesquisador, colunista do Farol e apresentador da TV Farol
A coluna “Viagem ao Passado” de hoje é mais um desabafo em relação situação da Praça Agamenon Magalhães, a popular Concha Acústica, “o Marco Zero”, de Serra Talhada, ponto turístico visitado diariamente por dezenas de caravanas vindas de diferentes lugares, muitos curiosos principalmente em conhecer a histórica Igreja do Rosário do Pretos, construída com pelos escravos.
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No entanto, o retrato do abandono de mais um cartão postal da cidade doe no coração. Um cenário desolador, que se arrasta já há muitos anos.
Não há o que se reclamar do paisagismo e arborização, uma das mais bonitinhas do município, mais em compensação, o piso de pedras portuguesas com rachões e buracos por todas as partes, canteiros caídos ao chão, bancos amarrados com cordas e outros com os ferros totalmente expostos.
Todas as caixas de sons que nos 1980 foram assustadas nas missões do Padre Assis (missão aos domingos que arrastavam multidões), estão todas enferrujada em via de cair, não se sabe se ainda existe fiação elétrica que possa dar alguma descarga elétrica em que se encostar no cano de ferro que dá sustentação as caixas.
Era mais prático retirar as matérias, restaurar e devolver ao seu devido lugar com segurança. O palco da Concha está todo rachado, correndo risco de algum momento vir a desabar.
Essa atual versão da Praça Agamenon Magalhães foi reformada e inaugurada entre o final da década de 1970 e 1980, pelo então prefeito Hildo Pereira.
A ambiente era tão inspirador que cantava em tom poeto pelo filho ilustre filho de Serra Talhada, Arnaud Rodrigues, na música de sua autoria, Divina Cidade: “…Na concha, no bar/ domingar/e no rosário da santa/ O fim de noite sonhar/ com a voz acalente…”.
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O ambiente fica ainda mais triste com a falta de movimentação de pessoas, que as exceções das missas as quintas-feiras, à noite, e as últimas duas serestas realizadas por Dedinha Ignácio, no demais, os aspectos nos faz lembrar do poeta Cazuza, quando “Eu vejo um museu de grandes novidades…” (O Tempo Não Para), parafraseando Cazuza, eu digo “Eu vejo um museu sem grandes novidades”.
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17 comentários em A vergonha diante o abandono da Concha Acústica de Serra Talhada