Aos 116 anos, alagoana pode ser a pessoa mais velha do mundo - Foto: Douglas França/TV Gazeta
Foto: Douglas França/TV Gazeta

Com informações do g1

Joana do Espírito Santo, uma alagoana de 116 anos residente em Rio Largo, na região metropolitana de Maceió, vive uma história que mistura recorde de longevidade e uma luta por reconhecimento. Documentos como seu RG e registros do Sindicato dos Trabalhadores Rurais apontam que ela nasceu em 2 de fevereiro de 1909, data que, se confirmada, a iguala em idade à atual detentora do título de pessoa mais velha do mundo, a britânica Ethel Caterhan, segundo a organização LongeviQuest. Como dona Joana é seis meses mais velha, a família busca comprovar oficialmente o feito.

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Nascida em Capela, interior de Alagoas, Joana hoje mora sob os cuidados da filha, Maria de Lourdes. Apesar de não ter tido acesso aos estudos, ela ostenta com orgulho sua numerosa família, composta por cerca de 50 netos e bisnetos. Sua rotina é peculiar, ela adora virar a noite cantando e, por isso, só acorda perto do meio-dia, conta a filha. A memória de dona Joana guarda eventos marcantes, como seu casamento. “O dia do meu casamento foi muito feliz. Foram três dias de festa. Dancei tanto que cai”. Ela também afirma ter conhecido duas lendas brasileiras: o Rei do Baião, Luiz Gonzaga, que teria tocado em sua festa de matrimônio, e o próprio Lampião.

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“”Ele só andava todo enfeitado. O chapéu chega brilhava. Eu estava debaixo da cama [escondida]. Aí ele [Lampião] descobriu a panela que estava em cima do fogão e disse assim ‘Mas rapaz, que carne cheirosa. Que canequinho mais brilhoso. Minha filha fique aí [debaixo da cama], que eu vou apanhar o feijão”, narra a idosa, descrevendo um encontro que ficou para sempre em sua lembrança.

A alagoana Joana do Espírito Santo (de verde) pode ser uma das pessoas mais velhas do mundo — Foto: Douglas França/TV Gazeta

O principal obstáculo para o reconhecimento internacional de dona Joana é a falta da certidão de nascimento original. O documento foi perdido durante uma enchente que atingiu sua casa em 2010. Para piorar a situação o cartório de Murici, onde ela foi registrada, também teve seus arquivos destruídos pelo transbordamento do rio Mundaú. A prefeitura de Rio Largo tentou, sem sucesso, recuperar a documentação, impossibilitando, por enquanto, um pedido formal ao Guinness Book.

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Apesar da idade impressionante, sua saúde é estável. Ela recebe acompanhamento semanal do programa municipal ‘Melhor em Casa’, que fornece visitas médicas, medicamentos e fraldas. Enquanto a família não desiste de buscar o reconhecimento que acredita ser de direito, dona Joana segue sua vida, carregando no corpo e na memória mais de um século de histórias do Brasil.