uast e ufape relançam jogo digital educativo
Fotos: Divulgação

Um projeto interdiciplinar entre a Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (Ufape) e a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE-Uast) lançaram uma nova versão do jogo digital educativo “Na Trilha do Canganço”. Estudantes e professores contaram com a colaboração da Fundação Cultural Cabras de Lampião e o Museu do Cangaço de Serra Talhada para a formulação da ferramenta.

No jogo que tem como protagonista Lampião, os participantes precisam vivenciar e enfrentar desafios relacionados ao cangaço, envolvendo também aspectos históricos e culturais, de forma leve e interativa, a fim de promover uma aproximação do público jovem com a cultura local.

O projeto realizado com o financiamento da Facepe conta com uma equipe multidisciplinar de professores e estudantes dos cursos de Ciência da Computação (UFAPE), Design (UFPE) e Licenciatura em Química (UFRPE). Como fonte de pesquisa, professores e estudantes consultaram o pesquisador e produtor cultural Anildomá Willians e o acervo do Museu do Cangaço.

Entre os professores envolvidos estão Daliton Silva, Flávia Vieira, Igor Medeiros, Ícaro Lins, Jean Carlos e Rodrigo Rocha. Já o time de estudantes é formado por Beatriz Lima, Lucas Branco, Pedro Neto, Raylandson Silva e Lucas Gaia.

Alunos da Uast e UFRPE recriam jogo educativo inspirado no cangaço

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Nesta segunda-feira (31) a reportagem do Farol de Notícias conversou com a Professora Flávia Vieira, coordenadora do curso de Licenciatura em Química da UFRPE-Uast e uma das professoras que acompanharam o projeto. Ela comentou sobre as possibilidades de aprendizagem proporcionadas de forma lúdica, educativa e interativa pelo jogo.

“Muita gente usa o espaço digital para espalhar notícias falsas, discursos de ódio e outras coisas negativas que vemos todos os dias. Mas, nesse caso, estamos usando a tecnologia de um jeito educativo, com o jogo digital como ferramenta. O jogo permite que qualquer pessoa – seja estudante ou não – tenha acesso à história e à cultura desse movimento social tão importante para os sertões e para o Brasil”, analisou a docente, continuando:

“Como é um jogo imersivo, quem joga pode assumir diferentes papéis e entender melhor como era a vida dos cangaceiros, por exemplo, o que eles precisavam fazer para sobreviver, os desafios que enfrentavam e o contexto histórico da época. E tudo isso de um jeito lúdico, com desafios e muita interatividade, seja no computador ou no celular”.

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Ainda de acordo com a professora, entusiasta da cultura serra-talhadense, todo o universo do cangaço pode se tornar instrumento pedagógico para conectar com diferentes áreas do conhecimento, como ciências humanas, linguagens e até ciências da natureza.

“Se a gente pensa nos cangaceiros, dá para discutir como eles viviam, o contexto político e social da época, os recursos que tinham e os conhecimentos tradicionais que ajudaram na sobrevivência deles na caatinga. De onde vinha o conhecimento sobre as plantas que utilizam para curar as enfermidades? Como eles conheciam tão bem os caminhos que percorriam?”, refletiu Profa. Flávia, concluindo:

“Tudo isso mostra o quanto essa história é cheia de aprendizado. O jogo digital que lançamos junto com o Museu é uma forma de levar esse conhecimento para a sala de aula de um jeito interativo. Mas além dele, dá para usar outros recursos culturais que já temos, como música, fotografia e poesia. Assim, a aula fica mais dinâmica, cheia de trocas e valorizando a nossa própria história” concluiu a docente”.

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