Análise: Márcia e Marília são os melhores palanques para Luciano
Foto: Farol de Notícias / Licca Lima

Por Paulo César Gomes – escritor, pesquisador, historiador serra-talhadense, colunista do Farol de Notícias e apresentador da TV Farol

A prefeita Márcia Conrado (PT) pode ter dado um tiro no pé ao trazer para seu palanque a ex-deputada Marília Arraes, lógico que o tempo é que irá dizer. No momento, a estratégia tem dado certo.

‘O problema’ ou ‘os problemas’ estão justamente nessa aliança que até agora vem se apresentando sem muito conteúdo, justamente com a ‘deselegante’ Marília Arraes, que em 2022 foi execrada em Serra Talhada, por setores governistas.

Vale salientar que os petistas que seguiram a orientação do partido e de Lula para votarem na neta de Miguel Arraes foram expulsos do governo local. A ordem era votar em Raquel Lyra.

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Essa é a verdade e ninguém jamais poderá fugir dela. A própria Marília teve seu nome omitido em diversas ordens de serviços e de inaugurações de obras das quais foi Marília a autora da emenda que liberou as verbas.

Mas tudo isso foi jogado para debaixo do tapete no simples estalar de dedos. A Marília da coletiva de imprensa do 1º de junho de longe lembrava a Marília de tempos atrás.

Contida e com vários sorrisos amarelados, mostrou que estará em Serra Talhada para fortalecer a oposição. Isso mesmo!

Luciano Duque conseguiu a façanha, e sem muito movimento, de unir as duas figuras que têm um passado diretamente ligado aos seus dois mandatos de prefeito (2013-2020).

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E que agora estão contra ele. Márcia e Marília são os hoje melhores palanques para Luciano, mesmo ele não sendo candidato e eventualmente vindo a ser derrotado em outubro.

Mas a conjuntura o tornou a porta de salvação para muitos descontentes do atual governo. Márcia e Marília falaram pouco e explicaram muito menos ainda.

E não adianta nacionalizar as eleições. Lula não será avaliado aqui em Serra Talhada nessa disputa. A população quer discutir os problemas reais do dia a dia.

A aliança governista é muito forte e tem todas as condições de sair desse processo vitorioso, mas não pode construir um projeto político ‘casca de ovo’, frágil e sem propostas.

Faltam quatro meses para a eleição e esta aliança já terá um prazo de validade que será a campanha de 2026, onde uns seguirão Raquel Lyra e outros João Campos, e outros, como o Solidariedade, não estarão no palanque de Lula.

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Por sinal, o Solidariedade é hoje nacionalmente oposição aos governos Lula. Não dá para distinguir quem é quem nesse jogo. É muita contradição em ambos os lados.

Talvez por isso a candidatura do médico Luiz Pinto possa crescer ainda mais, e se tornar o fator decisivo. E pelo incrível que pareça, poderá abocanhar alguns votos de eleitores de Lula e do PT.

De qualquer forma, seguiremos a observar a frenética movimentação da política local, às vezes agradando, em outros momentos, desagradando, mas sem jamais perdera ternura!