A reunião realizada na última sexta-feira (2) entre os moradores do Mutirão – bairro mais carente de Serra Serra Talhada – e os representantes do Governo do Estado e da construtora Duarte Carvalho foi marcada por muita tensão e nervosismo.
Principalmente, por parte dos moradores e dos operários que foram demitidos pela construtora e encontram-se há dois meses com suas carteiras de trabalho retidas pela empresa.
“Estamos cansados de tanta promessa e sofrimento. Queremos ser tratados com respeito pelos governantes”, disse Regina Gualberto, presidente da associação de moradores, sob o olhar atento do presidente da Companhia de Habitação de Pernambuco (CEHAB), Nilton Mota. Segundo ele, a obra ainda não caminhou por conta da Caixa Econômica Federal (CEF), banco que repassa o pagamento da construtora.
De acordo com Regina, caso a burocracia continue “travando” o processo de desenvolvimento do bairro, já existe uma estratégia para ocupar a agência da Caixa Econômica Federal de Serra Talhada.
“Foi revelado que a caixa não repassa os recursos para construtora há sete meses. Portanto, íamos ocupar a BR-232. Agora, a estratégia é ocupar o prédio da Caixa Econômica para destravar tudo”, revelou a líder comunitária ao FAROL DE NOTICIAS.
A obra tem um custo estimado de R$ 5,8 milhão oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento(PAC 2) mas pouco saiu do papel. Pelo projeto, está previsto toda a urbanização do bairro, construção de casas populares, praça e até creche. Além de uma estação de tratamento de esgoto.
Reunião
Bastante seguro, o presidente da CEHAB reconheceu o drama existente na comunidade e assumiu alguns compromissos. “A obra será retomada ainda esta semana no que se refere a questão do saneamento básico. Neste momento, haverá uma demanda pequena de mão-de-obra. Entretanto, a partir de 1º de outubro retomaremos a construção das casas populares. Então, haverá contratação de um número maior de pessoas e todas do Mutirão”, disse Mota.
Também presente à reunião, o promotor de Justiça, Vandeci de Souza Leite, disse que iria iniciar uma fiscalização rigorosa das obras e exigiu que a construtora Duarte Carvalho devolvesse a carteira de trabalho dos trabalhadores.
Com os ânimos mais arrefecidos, Nilton Mota informou que logo após o término da reunião, iria procurar a gerência da CEF em Serra Talhada para verificar a liberação dos recursos. Alguns vereadores estiveram presentes e contribuiram para a conciliação do problema.
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