A seção de esportes dos maiores jornais do Brasil já foi espaço ocupado por alguns dos melhores profissionais da área jornalística. Em algumas redações, este ainda é o caso uma vez que o ramo é motivação que leva muitos jovens a ingressar na faculdade da área. O problema para eles é que o formato do jornalismo tem mudado cada vez mais, saindo do espaço impresso e adentrando nossas casas pelas telas de TV, computador e celulares.
O pioneirismo dessa cobertura e dedicação totais aos esportes em formato mais moderno, principalmente para o futebol, veio os canais de televisão por assinatura. A Topsports, que eventualmente se tornaria a SporTV, e a ESPN Brasil surgiram já no começo da década de 1990 com a intenção de endereçar aquela parte da população que era altamente vidrada nesse mundo; e que tinha também à disposição dinheiro extra para assinar pacotes de transmissão além dos nossos canais abertos.
A aposta claramente deu certo. Hoje, SporTV e ESPN são dois dos maiores canais do mercado não só de esportes, mas de transmissão por assinatura também. Não é incomum ver suas transmissões liderando os índices de audiência deste ramo, mesmo para jogos apresentados nos canais abertos, uma vez que a premissa desses canais é de ter os melhores especialistas narrando e comentando partidas.
LINHA DE PASSE
As classificações de Grêmio e Corinthians. E Dani Alves no São Paulo.
Veja o programa na ÍNTEGRA no WatchESPN ➡️ https://t.co/LcfSjJpPf2 pic.twitter.com/UAqfuMVJTM
— Mundo ESPN (@ESPNagora) August 2, 2019
Só que o mercado também não pode ficar parado. Uma inovação recente é justamente a dos programas de opinião ao vivo no já consagrado formato de “mesa redonda” que lança mão de várias ferramentas, desde quizzes até projeções com auxílio e/ou patrocínio de intercâmbio de apostas em Futebol da Betfair, para atrair e manter a atenção do público.
Alguns destes alcançam um sucesso considerável. Um dos melhores exemplos é o programa Linha de Passe da ESPN, que ocorre logo após rodadas do Campeonato Brasileiro, e também de jogos da Seleção Brasileira. Em tempos recentes, o programa tem quebrado recordes e superando até mesmo a transmissão de jogos em seus concorrentes, por conta da reunião de jornalistas experientes e bem-conceituados nas suas áreas emitindo suas impressões sobre as partidas que acabaram de ocorrer – e as que virão.
Mas há alguns que compreendem que o formato está de certa forma sobrecarregado. E a própria ESPN passa por algo nesse âmbito. O programa Bate-Bola, que antes tinha apresentação dupla durante a semana, agora tem três edições – mesmo que com nomes diferentes.
São Paulo x Talleres: Comentaristas do Bate Bola Debate fazem suas apostas para o jogo pela Libertadores. Na sua opinião, quem ganha? https://t.co/rXv42yognG#BBdebate pic.twitter.com/nO0uasC0Hb
— Mundo ESPN (@ESPNagora) February 13, 2019
A mudança inicialmente não pegou bem para os fãs que haviam se acostumado ao formato antigo, cuja alteração foi acompanhada pela saída de célebres jornalistas para outros canais de TV, e até para fora do circuito. Mas a manutenção desta forma de transmissão – assim como a adoção do mesmo por outros canais concorrentes – indica que os níveis de audiência mais do que compensaram a reação negativa.
Pelo menos o produto principal dos canais continua sendo a transmissão de jogos em várias modalidades de esporte. E para alguns, isso inclui também o novo fenômeno entre as camadas mais jovens da população, o eSports, que se apresenta em diversos jogos de videogame disputados num formato paralelo ao de esportes tradicionais. E desde que essa continue sendo a premissa, dificilmente teremos no horizonte o fim do ciclo de canais esportivos – apesar dos riscos que as plataformas de streaming tentam impor à já tradicional TV por assinatura.