Astrônomos registram as maiores explosões cósmicas desde o Big Bang - Imagem: Reprodução/Observatório WM Keck/Adam Makarenko
Reprodução/Observatório WM Keck/Adam Makarenko

Com informações do Metrópoles

O telescópio espacial Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA), capturou imagens de uma das mais poderosas explosões cósmicas já registradas desde o Big Bang. Os dados, divulgados nesta quarta-feira (4/6) em um artigo na revista Science Advances, revelam explosões de luz tão intensas e duradouras que desafiam os padrões conhecidos da astronomia.

Os astrônomos batizaram o fenômeno de evento nuclear transitório extremo (ENT), uma variação mais violenta dos já conhecidos eventos de disrupção de maré (TDE), que ocorrem quando estrelas são destruídas por buracos negros supermassivos.

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Estrelas Dilaceradas por Buracos Negros

As explosões aconteceram quando estrelas gigantes, com massas pelo menos três vezes maiores que a do Sol, se aproximaram demais de buracos negros supermassivos no centro de suas galáxias. A força gravitacional extrema desses buracos negros rasgou as estrelas em pedaços, liberando uma quantidade colossal de energia — equivalente à que 100 sóis emitiriam ao longo de toda sua existência.

“Observamos estrelas sendo despedaçadas por eventos de perturbação de maré há mais de uma década, mas esses ENTs são diferentes, atingindo brilhos quase 10 vezes maiores do que o que normalmente vemos”, afirmou o astrofísico Jason Hinkle, pesquisador da Universidade do Havaí e um dos autores do estudo.

Além de serem mais brilhantes, esses eventos permaneceram luminosos por anos, superando até mesmo as explosões de supernova mais intensas já registradas.

Descoberta Acidental

Originalmente, a missão do Gaia, desativado em março, era mapear a Via Láctea em 3D. No entanto, durante suas observações, o telescópio flagrou duas explosões extraordinárias:

  • Gaia16aaw (2016)

  • Gaia18cdj (2018)

Ambas apresentavam características semelhantes a um terceiro evento, registrado em 2020 e apelidado de “Barbie Assustadora” (ZTF20abrbeie). Ao comparar os dados, os cientistas perceberam que se tratava de um novo tipo de fenômeno cósmico.

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Implicações para a Astronomia

A descoberta não só revela um tipo raro de explosão estelar, mas também fornece pistas sobre a evolução dos buracos negros supermassivos e a história do universo.

“Ao observar essas erupções prolongadas, obtemos uma compreensão melhor sobre o crescimento dos buracos negros durante uma era importante conhecida como meio-dia cósmico, quando o universo tinha metade de sua idade atual e as galáxias estavam formando estrelas e alimentando seus buracos negros supermassivos 10 vezes mais vigorosos do que os de hoje”, explicou o astrofísico Benjamin Shappee, coautor do estudo.