
Com informações do Correio Braziliense
Uma equipe internacional de cientistas da Alemanha, África do Sul e Espanha identificou a maior estrutura conhecida no Universo, que foi nomeada Quipu, em referência ao sistema de medição utilizado pelo povo inca. A superestrutura tem uma massa impressionante, equivalente a 200 quatrilhões de vezes a massa do Sol, e ocupa um espaço de 1,3 bilhão de anos-luz. Além do Quipu, os pesquisadores localizaram outras quatro superestruturas semelhantes, que abrigam aglomerados de galáxias em seu interior. Essas galáxias, por sua vez, são compostas por bilhões de estrelas, poeira e matéria escura.
Receba as manchetes do Farol de Notícias em primeira mão pelo WhatsApp (clique aqui)
De acordo com os cientistas, 25% de toda a matéria existente no Universo está concentrada nessas superestruturas, que ocupam um volume equivalente a 13% do espaço cósmico. O estudo, publicado no periódico Astronomy & Astrophysics, destaca que “Quipu é de fato uma estrutura proeminente facilmente perceptível no mapa de distribuição de galáxias”. Para identificar a superestrutura, os pesquisadores utilizaram tecnologia de raios-X, permitindo mapear quais galáxias fazem parte dela.
Desafios ao princípio cosmológico
A descoberta do Quipu e das outras superestruturas levantou questionamentos entre os astrônomos, especialmente em relação ao princípio cosmológico. Esse princípio afirma que, “visto de uma escala suficientemente grande, as propriedades do Universo são as mesmas para todos os observadores”. No entanto, as superestruturas e os vazios cósmicos — regiões com pouca ou nenhuma matéria — parecem contradizer essa ideia, já que apresentam distribuições de matéria drasticamente diferentes.
Segundo os pesquisadores, a aparente contradição pode ser resolvida ao considerar a perspectiva de observação. Quando visto em sua totalidade, o Universo parece homogêneo, assim como uma esponja parece uniforme a olho nu. No entanto, ao analisá-la em escala microscópica, é possível observar os vazios e filamentos que a compõem. Da mesma forma, as superestruturas e os vazios cósmicos são parte de uma distribuição maior que, em escala universal, mantém a homogeneidade.
Os principais fatos de Serra Talhada e região no Farol de Notícias pelo Instagram (clique aqui)
“Todas as leis físicas e princípios astronômicos podem ser aplicados em qualquer região do espaço”, explicam os cientistas. A descoberta do Quipu e das outras superestruturas não apenas expande nosso entendimento sobre a organização do Universo, mas também reforça a complexidade e a grandiosidade do cosmos, que continua a surpreender os pesquisadores.