Bolsonaro consultou militares sobre plano de golpe, afirmou Mauro Cid

Da Folha de PE / Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

O ex-ajudante de ordens Mauro Cid contou, em delação premiada que fechou com a Polícia Federal (PF), que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu em mãos do assessor Filipe Martins uma minuta de decreto para convocar novas eleições, logo após a derrota no segundo turno das eleições de outubro do ano passado.

A minuta incluía ainda a determinação da prisão de adversários. O relato de Cid indica que Bolsonaro consultou militares de alta patente sobre o teor do documento. As informações do conteúdo da delação foram antecipadas pelo colunista Aguirre Talento, do UOL.

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A PF investiga se a minuta é a mesma que foi encontrada na residência do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. O documento também autorizava prisão de adversários.

Mauro Cid também afirmou na delação que o então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, foi favorável ao plano golpista durante conversas de bastidores. No entanto, não houve adesão do Alto Comando das Forças Armadas.

Aos investigadores, Cid disse que testemunhou tanto a reunião de Filipe Martins com o ex-presidente quanto a de Bolsonaro com militares.

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Os policiais farão diligências para confirmar as delações de Mauro Cid. O ex-ajudante de ordens poderá ser convocado para novos depoimentos.

Até o momento, a defesa de Jair Bolsonaro não se manifestou sobre o assunto. Na semana passada, o ex-presidente já havia minimizado eventuais articulações golpistas em seu governo.