Do Diario de Pernambuco

Na sexta-feira (3), o presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (sem partido), chegará ao Recife para uma visita a Pernambuco que também inclui uma passagem pelas cidades de Santa Cruz do Capibaribe e Caruaru, no Agreste, onde realizará mais uma “motociata” no sábado (4).

Após sua chegada na Base Aérea do Recife na tarde de sexta-feira, o mandatário acompanhará a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, em visita uma ação social com apresentação da Orquestra Cidadã do Recife, no 7° Depósito de Suprimentos do Exército, no Cabanga.

A agenda no Recife inclui, ainda, uma reunião com empresários no Mar Hotel, em Boa Viagem. Ele também acompanhará a passagem do comando da 4ª Região do Exército, e ficará hospedado no Comando Militar do Nordeste, localizado na BR 232, KM 07, no bairro do Curado.

No sábado, o presidente segue de helicóptero para o Agreste. A “motociata” partirá de Santa Cruz do Capibaribe, com concentração no Moda Center Santa Cruz, às 8h, com saída às 9h, e percorrerá cerca de 55 km até Caruaru, onde encontrará apoiadores ao meio-dia.

Veja também:   Bairros com mais casos suspeitos de estupro em ST

Clima Tenso

A chegada de Bolsonaro a Pernambuco se dá em um momento de grande tensão e crise institucional causada pelo acirramento entre o presidente, o Congresso, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), devido às fake news e ameaças do presidente contra o sistema eleitoral do país.

O ambiente de tensão se agravou com o pedido de impeachment protocolado pelo próprio Bolsonaro contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, já arquivado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. O chefe do Executivo nacional também ameaçou pedir o impedimento de Luís Roberto Barroso, que além de ministro do Supremo é o atual presidente do TSE, mas até o momento não levou a promessa adiante.

A proximidade entre a realização da “motociata” em Santa Cruz do Capibaribe e o feriado de 7 de setembro também é um elemento a mais na “panela de pressão” política, diante das constantes convocações que Bolsonaro tem feito à sua base eleitoral para a realização de protestos de caráter antidemocrático, e constantes falas que flertam com a ruptura institucional. Os atos de raiz golpista, realizados em Brasília, na Esplanada dos Ministérios, e na Avenida Paulista, na grande São Paulo, terão a participação e discursos do presidente.

Veja também:   Confeiteira e filho são exemplo de amor e fé na Páscoa de ST

Na última quarta-feira (1º), durante um evento militar no Rio de Janeiro, Bolsonaro afirmou que “Com flores não se ganha a guerra não, pessoal. Quando se fala em armamento, quem quer paz se prepare para a guerra”. Em um culto evangélico realizado em Goiânia, no dia 28 de agosto, Bolsonaro disse que “Temos um presidente que não deseja nem provoca rupturas, mas tudo tem um limite em nossa vida. Não podemos continuar convivendo com isso”.

Ele também vem chamando as Forças Armadas de “poder moderador” e afirmado que elas têm como dever dar “apoio total” às suas decisões, muito embora seu discurso não encontre apoio na caserna. No entanto, Bolsonaro tem um apoio considerável entre membros das polícias militares do país e as convocações para a participação de policiais nos atos do próximo dia 7 têm causado preocupação e levou o governador de São Paulo e pré-candidato à presidência, João Dória, a afastar o coronel da ativa Aleksander Lacerda da PM de São Paulo por convocar “amigos” às manifestações.

Veja também:   Feriado da Páscoa pode ter chuvas intensas em grande parte do Nordeste

Um levantamento do jornal O Estado de São Paulo mostrou que policiais de diversas patentes da PM têm impulsionado a convocação para os atos antidemocráticos do dia 7, incentivando manifestações em São Paulo, Rio, Santa Catarina, Espírito Santo, Ceará e Paraíba. Por essa razão, nas últimas semanas, promotores e um juiz militar se mobilizaram através de instrumentos jurídicos para monitorar, controlar e fiscalizar as forças policiais que não estiverem em serviço nos estados.