Brasil estuda medidas para romper relações militares com Israel - Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Com informações da Agência Brasil

O governo brasileiro está considerando medidas para suspender a cooperação militar com Israel em resposta aos ataques em Gaza, que autoridades brasileiras classificam como um “genocídio do povo palestino”. A informação foi confirmada pela Assessoria Especial da Presidência da República.

Celso Amorim, assessor-chefe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou à Agência Brasil que o Brasil deve agir de acordo com seus princípios humanitários. “Pessoalmente, acredito que a escalada dos massacres em Gaza, que constituem verdadeiro genocídio com milhares de civis mortos, incluindo crianças, é algo que não pode ser minimizado. O Brasil precisa, inclusive, por meio das medidas apropriadas, ser coerente com os princípios humanitários e de direito internacional que sempre defendeu”, declarou.

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Nesta semana, Amorim recebeu um grupo de 20 parlamentares e outras lideranças que pressionam por um rompimento mais amplo, incluindo relações diplomáticas e comerciais com Israel. No entanto, o governo avalia que uma medida tão drástica poderia prejudicar brasileiros que vivem em Israel e limitar a mediação em favor dos palestinos.

Como alternativa, está em análise o corte de vínculos militares, incluindo a suspensão de contratos de defesa. No início do ano, o Brasil já havia cancelado a compra de blindados israelenses em protesto contra a situação em Gaza.

Pressão política e social por sanções

A deputada Natália Bonavides (PT-RN), que participou da reunião, afirmou que o governo pode anunciar decisões sobre o tema “nos próximos dias”. Em suas redes sociais, ela destacou: “Simplesmente, um extermínio que está sendo televisionado. O Brasil tem tido um papel importante nesse tema ao longo da história. E o presidente Lula, inclusive, vem denunciando o genocídio desde o início. É desumano. Se a gente naturaliza a barbárie, a maldade no mundo não tem limites”.

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Além do Legislativo, movimentos sociais também pressionam por ações mais duras. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) enviaram uma carta aberta pedindo que a Petrobras interrompa a venda de petróleo para Israel. “Hoje, é evidente a necessidade urgente de um embargo global total de energia e armas para frear o genocídio, além de desmantelar o apartheid e a ocupação ilegal por Israel”, afirmaram as entidades.

O movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), que há anos defende sanções contra Israel devido à ocupação da Cisjordânia e ao bloqueio a Gaza, ganha força no Brasil. Israel, por sua vez, enxerga a campanha como uma ameaça à sua existência e uma tentativa de isolamento internacional.