Imagem Ilustrativa/Freepik
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Do: Correio Braziliense

Sete cardeais brasileiros poderão votar e ser votados no conclave desta semana. Doze anos atrás, quando o argentino Jorge Mario Bergoglio foi eleito, dom Odilo Scherer, 75, arcebispo de São Paulo, chegou a ser colocado pela imprensa italiana como forte candidato ao trono de São Pedro.

Neste ano, além dele, o nome de dom Leonardo Ulrich Steiner tem ganhado força nos últimos dias. Arcebispo de Manaus, ele é conhecido como o “cardeal da Amazônia”, e a preocupação da Igreja Católica em relação ao meio ambiente volta os holofotes para o purpurado de 74 anos.

O paulista dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Salvador, era um dos cardeais mais próximos do papa Francisco, que o escolheu para integrar o Conselho de Cardeais — órgão criado por Bergoglio, em 2013, com a missão de assessorá-lo na reforma da Cúria Romana.

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Também participarão do conclave como eleitores dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); dom Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília; dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro; e dom João Braz de Avis, arcebispo emérito de Brasília.

Aos 88 anos, o arcebispo emérito de Aparecida (SP), dom Raymundo Damasceno, não vota. A despeito das especulações, vaticanistas consultados pelo Correio veem como improvável a eleição de um pontífice brasileiro neste momento da Igreja Católica.

Com formação em sociologia, jornalismo e economia, o brasileiro Silvonei José Protz — responsável pela Rádio Vaticano e pelo site Vatican News em português — desqualifica a existência de listas de papabili (papáveis). “Quem faz essas listas são os jornais.

Quando o conclave começa, ninguém fica sabendo sobre o que os cardeais estão conversando, porque permanecem reclusos na Casa Santa Marta e dali não saem para nada”, declarou ao Correio, por telefone.

Sobre a possibilidade de um brasileiro ascender ao Trono de São Pedro, Protz le

Segundo o estudioso, a semana que antecede o conclave é um momento em que começam a ventilar nomes que até então não circulavam em Roma. “Para um cardeal ser favorito, precisa de um grupo grande de pessoas que o apoiem. Acho que o fato de um cardeal ser latino-americano faz com que suas chances se reduzam; se ele não tem uma dimensão internacional, também tem possibilidades diminuídas de eleição no conclave.”

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Domingues acredita que um potencial candidato a papa precisa ter uma experiência e uma visão de Igreja mais global. “Dom Odilo Scherer trabalhou aqui em Roma e tem uma vivência da Cúria Romana. Nessa questão, ele até atenderia um pouco. Não vejo isso nos outros brasileiros”, disse.

Eleição rápida

A expectativa geral em Roma é de um conclave rápido, com duração de dois a três dias. O jornal italiano La Stampa divulgou, ontem, que o próximo pontífice poderá ser escolhido ainda na quarta-feira, no primeiro dia de eleição. Mas analistas consideram essa possibilidade pouco provável.

mbra que todos os 133 cardeais eleitores são papáveis. “A diferença, no meu entender, está em quem é mais e menos conhecido.

Dom Leonardo Steiner é conhecido, porque foi apelidado de ‘cardeal da Amazônia’. Dom Odilo Scherer teve o nome muito falado no último conclave, em 2013.”

“É pouco provável que tenhamos um papa brasileiro desta vez, mas poderia acontecer que algum deles surja como surpresa. Neste momento, o nome do dom Odilo Scherer circula um pouco”, disse à reportagem Filipe Domingues, especialista em Vaticano, doutor em ciências sociais pela Pontifícia Universidade Gregoriana (em Roma).