Briga de galáxias: astrônomos observam fenômeno pela primeira vez - Imagem: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)/S. Balashev and P. Noterdaeme et al/Divulgação
Imagem: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)/S. Balashev and P. Noterdaeme et al/Divulgação

Com informações do Metrópoles

Em uma descoberta astronômica sem precedentes, pesquisadores internacionais observaram um buraco negro supermassivo atingindo outra galáxia com um poderoso jato de radiação durante uma colisão cósmica. O fenômeno, batizado de “justa cósmica”, foi documentado em estudo publicado na renomada revista Nature nesta quarta-feira (21).

“Aqui vemos pela primeira vez o efeito da radiação de um quasar (buraco negro ativo) diretamente na estrutura interna do gás em uma galáxia regular”, explica o astrônomo Sergei Balashev, do Instituto de Astrofísica de Paris e principal autor do estudo.

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O quasar em questão – um buraco negro supermassivo que se alimenta vorazmente de gás e poeira – age como uma arma galáctica. Quando seu intenso feixe de radiação atinge a galáxia vizinha, ele destrói as nuvens de gás onde novas estrelas se formariam, suprimindo drasticamente o nascimento estelar. Parte do gás da galáxia atingida é então capturado pelo quasar, alimentando ainda mais o buraco negro agressor.

O confronto tem consequências para ambos os lados: enquanto a galáxia atingida perde seu material formador de estrelas, a galáxia hospedeira do quasar também sofre com ventos poderosos expelidos pelo buraco negro, que igualmente inibem a formação estelar – um processo conhecido como extinção galáctica.

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Apesar da violência do fenômeno, os astrônomos destacam que colisões entre galáxias são eventos comuns no universo. Ao longo de milhões de anos, a gravidade inexorável vai aproximando esses gigantes cósmicos, em um processo fundamental para a evolução tanto das galáxias quanto dos buracos negros supermassivos em seus núcleos.