Divulgados os primeiros números oficiais do Censo 2010, na última sexta-fera (29), a região Nordeste apareceu com a maior quantidade de analfabetos do Brasil. Segundo dados da pesquisa, de cada dois nordestinos com 60 anos ou mais, um não sabe ler nem escrever. Enquanto no Sudeste os analfabetos são 5,5% da população; no Sul, 5,1%, no Centro-Oeste 7,2%; no Norte, 11,2%; no Nordeste a taxa é de 19,1%. Mesmo diante do tão anunciado desenvolvimento da região nos últimos oito anos, amargamos a última colocação nacionalmente.

No geral, os dados do Censo revelaram uma queda inexpressiva do analfabetismo no país. Em uma década, a taxa caiu apenas quatro pontos percentuais. O que significa que ainda se investe muito pouco em educação no Brasil. Atualmente são destinados apenas 5% do Produto Interno Bruto (PIB) para este setor.

Dados do relatório Educação Num Olhar, divulgados em 2007, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), revelaram que o Brasil, dentre 36 países pesquisados, é o que menos investe em educação. De acordo com o IBGE, quase 14 milhões de brasileiros, com 15 anos ou mais, são analfabetos. “Após ter se tornado urbano, o país manteve essa estrutura porque, nas cidades, manteve a concentração de riqueza, que não deixa o nível escolar e cultural avançar”, avaliou o pesquisador Alceu Farraro, em entrevista ao Jornal O Globo.

Analisando criticamente os dados do Censo de 2010, são detectáveis lacunas em relação ao número real de analfabetos do país. Um dos principais motivos para se relativizar a pesquisa, recai sobre a informação de que o Censo não contabiliza a população desprovida de domicílio, isto é, desabrigados e moradores de rua. Levando em conta esse contingente populacional, a taxa de analfaetismo poderia ser maior.
  
 
NÚMERO DE MULHERES E IDOSOS CRESCEU EM SERRA TALHADA

Outros dados, agora em relação à cidade de Serra Talhada, revelam que a população da Capital do Xaxado está vivendo mais. Em 2010, a taxa de pessoas (homens e mulheres) com 60 anos ou mais aumentou 3,2%, em comparação a 2000. O que representa uma elevação de 419 idosos. No entanto, resta saber se as políticas públicas no município também acompanharam o crescimento dessa classe etária. O número de mulheres também cresceu em Serra Talhada. No total, a cidade possui 41.405 mulheres (52,3%) e para 37.827 homens (47,7%).