
Com informações do Metrópoles
A canela, uma das especiarias mais antigas da história e originária da Ásia, atravessou continentes impulsionada pelo comércio e conquistou espaço na alimentação por seus potenciais efeitos benéficos à saúde. Entre eles, está a contribuição no controle da glicemia, especialmente quando consumida em forma de chá.
Preparada a partir da canela em pau ou em pó, a bebida pode ser ingerida morna ou fria, antes de dormir ou após as refeições. Além de atuar no metabolismo do açúcar no sangue, o chá apresenta efeito termogênico, possui compostos anti-inflamatórios e pode favorecer a digestão e o relaxamento do organismo.
Como a canela atua na glicose
A ação da canela está relacionada a substâncias naturais que melhoram a resposta do corpo à insulina, hormônio responsável por transportar a glicose do sangue para as células. Na prática, isso pode ajudar a reduzir elevações bruscas da glicemia após o consumo de alimentos ricos em carboidratos, como massas, pães e arroz.
“O benefício é mais relevante em pessoas com resistência à insulina leve a moderada, pré-diabetes ou em fases iniciais de alteração glicêmica. A canela pode ajudar a atenuar picos de açúcar no sangue quando associada a uma dieta rica em fibras, com controle de carboidratos refinados e boa distribuição das refeições ao longo do dia”, destaca a nutricionista Thays Pomini, de São Paulo.
Apesar do potencial efeito, especialistas reforçam que o chá não substitui hábitos como alimentação equilibrada, prática de atividade física e acompanhamento médico, devendo ser visto apenas como um complemento da rotina.
Nem toda canela é igual
O tipo da especiaria faz diferença, principalmente para quem consome o chá com frequência. A principal distinção está na concentração de cumarina, substância que, em excesso, pode prejudicar o fígado.
A canela-do-ceilão, conhecida como a “canela verdadeira”, possui níveis muito baixos dessa substância e é considerada mais segura para o uso contínuo. Já a canela-cássia, mais comum e barata nos mercados, apresenta concentração mais elevada de cumarina, sendo menos indicada para consumo frequente e em grandes quantidades.
Quantidade ideal e melhor momento
De forma geral, a ingestão diária entre 1 e 3 gramas — o equivalente a meia colher até uma colher de chá rasa — costuma ser considerada segura. Quantidades superiores não aumentam os benefícios e podem elevar o risco de efeitos adversos.
O horário de consumo também influencia. Tomar o chá próximo às refeições, antes ou logo após ingerir alimentos ricos em carboidratos, tende a potencializar o efeito no controle da glicemia.
Atenção às contraindicações
Alguns grupos precisam redobrar os cuidados. Pessoas com diabetes que utilizam insulina ou medicamentos que estimulam sua produção podem apresentar quedas excessivas de açúcar no sangue ao consumir o chá, especialmente após as refeições.
“O uso diário do chá de canela não costuma trazer riscos para a maioria das pessoas quando feito em pequenas quantidades. O problema está no excesso e na ideia de que, por ser natural, pode ser consumido sem limites. Em algumas situações, ele pode gerar complicações”, alerta o médico nutrólogo Márcio Passos, de São Paulo.
Também é necessário cautela em casos de doenças hepáticas, já que o consumo excessivo, sobretudo da canela-cássia, pode sobrecarregar o fígado. Nessas situações, a recomendação é evitar a bebida ou limitar o consumo a quantidades mínimas.