Chega a quase 60 o número de mortos em ataque do EUA contra o Iêmen

Da Folha de PE

Ao menos 58 pessoas morreram e mais de 120 ficaram feridas em um ataque dos Estados Unidos contra um porto de petróleo no oeste do Iêmen controlado pelos rebeldes huthis, informou nesta sexta-feira (18) a imprensa vinculada ao grupo insurgente pró-Irã.

O Exército dos Estados Unidos anunciou na quinta-feira a destruição do terminal petrolífero de Ras Issa, no Mar Vermelho, com o objetivo de cortar uma fonte de fornecimento de combustível e de financiamento do grupo pró-Irã.

Washington realiza ataques aéreos quase diariamente desde 15 de março para tentar acabar com a ofensiva que os huthis efetuam contra navios civis e militares nessas águas cruciais para o comércio mundial.

“O balanço da agressão americana subiu para 58 mártires e 126 feridos”, anunciou o canal de televisão dos rebeldes, Al Masirah, que atribuiu a informação às autoridades locais de Hodeida. O balanço anterior registrava 38 mortos e 102 feridos.

Os rebeldes huthis começaram seus ataques no final de 2023, em apoio aos palestinos da Faixa de Gaza em meio à guerra do movimento islamista Hamas e Israel.

Os rebeldes huthis, que controlam amplas partes do país, incluindo sua capital Sanaa, começaram seus ataques no final de 2023, em apoio aos palestinos da Faixa de Gaza em meio à guerra do movimento islamista Hamas e Israel.

Também tentam às vezes atacar diretamente o território israelense, cujo exército anunciou nesta sexta-feira ter interceptado um míssil procedente do Iêmen.

O canal Al Masirah exibiu imagens que mostram corpos ensanguentados no chão e os socorristas transportando feridos em macas.

Outras imagens mostram as chamas intensas e uma densa fumaça que envolve os muitos navios atracados.

 

O Irã, que apoia os huthis, condenou nesta sexta-feira os bombardeios “bárbaros” e afirmou que constituem uma “violação flagrante dos princípios fundamentais da Carta das Nações Unidas”.

 

O movimento islamista palestino Hamas também denunciou uma “agressão flagrante” e um “crime de guerra”.

Enfraquecer o poder econômico

O Comando Central dos Estados Unidos (Centcom) afirmou em um comunicado que “o objetivo dos ataques era enfraquecer a fonte de poder econômico dos huthis”.

“As forças americanas tomaram medidas para eliminar esta fonte de combustível para os terroristas huthis apoiados pelo Irã e privá-los das receitas ilegais que financiaram os esforços huthis para aterrorizar toda a região durante mais de 10 anos”, acrescenta a nota.

O governo dos Estados Unidos, que classificou em março os huthis como uma “organização terrorista”, acusa este grupo de monopolizar as receitas deste porto situado ao norte de Hodeida, uma das cidades mais populosas do Iêmen.