
O músico e compositor Caio Sotero lançou nesta semana seu novo EP, ‘O Primeiro Som da Manhã’, com três singles de sua composição. Caio vem das terras recifenses, mas há anos movimenta o cenário musical de Serra Talhada para o mundo. Em conversa com o Farol, ele revelou que as letras são de sua esposa, Paula Santana, feitas lá em 2022, e este ano em apenas dois meses percorreu o processo criativo para os novos arranjos mixagem e masterização foi bem rápido.
O novo EP conta com três músicas, intituladas ‘Para Lô e Milton’; ‘O Primeiro Som da Manhã’ e ‘Maniva-semente’. Este é o terceiro trabalho solo de Caio, o primeiro Nós em Mim, foi lançado em 2019. Seguido por INtro…, em 2020.
“Os conceitos me ajudam nessa caminhada. Acabo compreendendo melhor as escolhas e as coisas. O conceito sensibiliza o olhar, a escuta… Mas tem uma coisa interessante. Nem sempre o conceito, no meu exercício criativo, é o ponto de partida. No caso desse single, sinto que surgiu depois da experiência. Foi tudo mais intuitivo. O conceito foi elaborado em seguida. Acho que foi preciso viver pra entender melhor depois”, refletiu o artista, continuando:
“Isso tudo tem a ver com as outras esferas da vida, né? Nem sempre o fazer artístico é tão racional e sistemático. O contexto de criação de “O primeiro Som da Manhã” parte, por exemplo, de um violão construído pelo luthier Iberê Lima. Ele fez um um violão que me emociona muito. Escolhemos juntos cada detalhe. As músicas, portanto, acabaram tendo o violão como guia”.
Sotero também comentou sobre a construção a capa do EP (foto acima) que recria os improvisos e pequenos gestos do “O Primeiro Som da Manhã”, que no single tem começo, meio e fim em poucos minutos de acordes que conversam com o nascer do Sol. “Reverberam. Num instante!”.
“A vibração dele foi abrindo as trilhas. Fiz uma primeira música instrumental bem curtinha e, depois dela, surgiram duas canções em parceria com Paula Santana. Os textos de Paula têm muitos sons. Percebo que boa parte dos arranjos e da própria composição já estão acontecendo na poesia dela. Ruídos, silêncios, pausas, respiração… O texto de Paula é livre. Não tem predileção pela música. Isso me inspira muito na (de)composição. Aprendo demais com as nossas parcerias. Depois de ter gravado e mixado, chamei Joaquim Izidro para fazer a masterização. A música cresceu muito com o trabalho dele. Por fim, convidei o multiartista João Lin para fazer a capa do single”, finalizou.