selo-farolFoto: Farol de Notícias / Alejandro García

A força do comércio de Serra Talhada não atrai apenas compradores e grandes empresários do Sertão do Pajeú, mas atravessou o Oceano Atlântico trazendo africanos para ganhar a vida na região. O FAROL foi às ruas conhecer a história do vendedor ambulante Selle Diagne, 31 anos, natural do Senegal, país localizado na África Ocidental.

Conhecido no Brasil como Gabriel, o comerciante já percorreu diversos estados brasileiros e em meio as suas andanças achou na Capital do Xaxado um pouso tranquilo para vender bijuterias pelas ruas da cidade. Ele está aqui há cerca de dois anos.

“Gabriel traduz o significado do meu nome em Senegal. Vim ao Brasil porque sempre fui comerciante, desde Senegal e pensei um dia e vim para o Brasil pela primeira vez em 2008, em Serra em 2014. Tenho pai, mãe e sete irmãos, um deles viaja comigo. Eu e meus irmãos ajudamos nossos pais, em África quando o pai tem filhos que podem trabalhar eles não trabalham. No Brasil já conheci Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Santa Catarina, mas cheguei aqui gostei mais e fiquei trabalhando, gosto da tranquilidade de Serra”, afirmou Selle Diagne.

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PRECONCEITO

Em conversa com o FAROL, o senegalês ratificou que os racistas são inocentes e diz não sentir preconceito das pessoas em Serra Talhada. “Tem racismo, porque em todo lugar tem, em qualquer lugar que tu vai as pessoas são assim. Eu acho que as pessoas são inocentes e não sabem o que é racismo. Mas se as pessoas sabem que todos os seres humanos são iguais não tem como ter racismo. Aqui eu não vi isso não, não vou lhe mentir. Se você trabalha, não incomoda ninguém não tem problema. Meu pai me ensinou isso”.

Gabriel comentou também um pouco da cultura senegalesa e afirmou que seu prato preferido é o thieboudienne, que significa “arroz com peixe”, mas no Brasil enfatizou que no almoço não pode faltar o cuscuz sertanejo. “Sinto saudade da família, dos amigos, da cultura. De vez em quando vou lá e mato a saudade. Tem coisas difíceis de acostumar, de comida antigamente não comia arroz e feijão e quando sinto saudade eu mesmo faço a comida de Senegal. Hoje sempre como cuscuz, onde vou almoçar as pessoas já sabem”, finalizou.

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