Publicado às 06h06 desta sexta-feira (7)
Do Diário de Pernambuco
O Conselho Estadual de Saúde de Pernambuco (CES-PE), localizado na Boa Vista, Centro do Recife, pediu pela imediata suspensão das aulas presenciais em todo o sistema de ensino, público e privado, de Pernambuco e por medidas mais restritivas das atividades. De acordo com o órgão, a persistência da ocupação de leitos de UTI acima de 90% no estado e da ocorrência de óbitos desde o início da pandemia, “impõem medidas emergenciais de proteção à vida”. Em nota, emitida na quarta-feira (5), o conselho ressaltou que “não podemos aceitar a naturalização da situação atual”. Em coletiva na tarde hoje, o secretário estadual de Saúde, André Longo afirmou que o estado não vai atender as recomendações do CES-PE.
A nota do Conselho Estadual, se baseia na recomendação do Conselho Nacional de Saúde N.008 de 26 de abril de 2021, que indica: “Que não sejam retomadas as aulas presenciais durante a pandemia, mesmo que haja fomento dos empresários da educação, até que ocorra a realização de vacinação em massa, com planejamento adequado e medidas efetivas para que as escolas tenham melhores condições de receber os estudantes e os trabalhadores”.
O órgão pernambucano também se posicionou recomendando que o Governo de Pernambuco estruture uma estratégia para a adesão rigorosa ao “lockdown” de 21 dias e também “uma construção emergencial de estratégias de restrição rigorosa em áreas específicas, e tecnicamente delimitadas, com maior concentração de casos/óbitos, para redução da pressão sobre a rede assistencial”, diz o trecho da nota. O CES-PE atua no Controle Social do SUS Pernambucano realizando fiscalização, regulação e gerenciamento das ações de saúde no Estado.
De acordo com o CES-PE, o posicionamento do órgão foi aprovado após uma reunião, que aconteceu ontem (5), em que ficou acertado de ser enviado Nota de Posicionamento Nº5 ao Comitê Estadual de Enfrentamento à Covid-19 em Pernambuco, a todos os Conselhos Municipais de Saúde, à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e ao Ministério Público de Pernambuco.
O secretário estadual de Saúde, André Longo, afirmou que o estado não vai atender as recomendações. “A gente respeita o Conselho, sou presidente, mas não participei dessa reunião. O Conselho tem autonomia, mas a decisão é da autoridade sanitária. É possível que se atenda essa recomendação em relação a medidas pontuais de quarentena. Mas diante da avaliação que o Comitê de Enfrentamento faz, que recebe recomendações de vários pesquisadores, instituições e epidemiologistas, cabe ao Comitê fazer essa avaliação. Nesse momento, não vamos seguir essa recomendação do conselho”.
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