Do Diario de Pernambuco

Conhecida como mucormicose, a condição tem uma alta taxa de mortalidade e estava presente na Índia antes mesmo da pandemia. É causada pelo fungo Rhizopus spp, que se desenvolve em ambientes úmidos e pode atacar por meio do trato respiratório, podendo erodir as estruturas faciais e prejudicar o cérebro.
Médicos e especialistas dizem que o fungo parece estar infectando alguns pacientes com Covid-19 cujo sistema imunológico enfraquecido e condições subjacentes, particularmente diabetes, os deixam vulneráveis.
Alguns especialistas atribuem as infecções fúngicas ao aumento do uso de esteroides para tratar pacientes hospitalizados. Outro fator pode ser que, com os hospitais sobrecarregados nesta segunda onda da pandemia, muitas famílias estão se automedicando e aplicando oxigenoterapia em casa sem a higiene adequada, dizem os especialistas.
A virulência da pandemia subjugou o frágil sistema de saúde deste país de 1,3 bilhão de habitantes, onde os casos de covid-19 e mortes têm batido recordes a cada dois ou três dias. O número de mortos passou de 4 mil pelo segundo dia consecutivo ontem e o de novas infecções passou de 400 mil em 24 horas. No total, a Índia tem 22,2 milhões de casos e mais de 242 mil mortes – atrás de EUA e Brasil.
Ainda ontem, a cientista chefe da Organização Mundial de Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, advertiu que a nova variante do coronavírus detectada na Índia é mais contagiosa e tem características que podem tornar as vacinas menos eficazes, contribuindo para a expansão da pandemia no país. Em entrevista à AFP, Swaminathan, pediatra e pesquisadora indiana, destacou que a variante B.1.617, detectada pela primeira vez em outubro em seu país, é, sem dúvida, um fator que agravou a epidemia.