No mês das crianças psicanalista alerta para questões de saúde mental - Foto: Freepik
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O mês das crianças chegou e ele é sempre festivo, colorido e alegre, envolto na atmosfera lúdica que a infância provoca. Porém, em tempos tão intensos e corridos, esse universo de descobertas, emoções não compreendidas e recheadas de uma natural dificuldade cognitiva de se expressar em palavras, também oculta alterações comportamentais que podem impedir a criança de fazer tarefas simples, como: brincar com outras crianças da mesma idade; recusar-se a ir para a escola; evitar estar em grupos de amiguinhos; apresentar grande dificuldade para dormir ou se concentrar, entre outras dificuldades cognitivas e psicológicas.

Ou seja, ser criança deixa de ser uma experiência leve e se enche de desconfortos.

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Para a psicanalista e neuropsicóloga Andrea Ladislau, a saúde mental deve ser uma prioridade no cuidado, tanto para adultos quanto para as crianças.

“Elas sofrem com o acometimento de transtornos e neuroses em diversas etapas da infância.Alguns mais leves, outros mais severos, sendo a maior incidência de casos manifestados por crianças em idade entre 2 a 12 anos”, explica a especialista.

Os siinais de ansiedade, angústia, medo excessivo, choro sem explicação, alterações bruscas de humor, oscilação de apetite, irritabilidade, agressividade incomum, descontrole do sono e a enurese (xixi na cama) constante, são alterações comportamentais que acionam o sinal de alerta demonstrando que algo está em desequilíbrio.

Andrea explica que um dos transtornos que mais afetam as crianças é o Transtorno de Ansiedade, estado em que a pessoa se sente preocupada, temerosa e nervosa.

“E no caso das crianças esse estado emocional pode se repetir da mesma forma que no adulto. Elas também demonstram ansiedade com uma certa frequência. Porém, nas crianças, os medos e ansiedades estão associados ao processo de aprendizado de sua fase de vida, e o mais correto é que a medida que vão mudando de fase e idade, essas ansiedades, dúvidas e medos tendem a desaparecer naturalmente”, diz a especialista.

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Andrea explica que o primeiro passo é toda a família se envolver para compreender melhor o que se passa. Os pais devem ficar tranquilos, pois não é sempre que um tipo de transtorno é sinônimo de medicamento ou de internação.

“Muitos pedem tratamentos simples que precisam apenas de um suporte e uma conduta diferenciada da família e de quem acompanha esta criança no dia a dia, seja na escola ou em seu ambiente familiar”, constata lembrando que não devemos reforçar o comportamento em desequilíbrio.

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É importante demonstrar carinho e dialogar com acolhimento, pois Andrea explica que o bom gerenciamentos das emoções não significa represá-las.

“Enfim, a empatia, o acolhimento e uma escuta ativa, são, sem sombra de dúvidas, os três pilares necessários para o equilíbrio da saúde mental de uma criança. Precisamos refletir mais sobre o quanto as crianças também estão adoecidas pela rotina agitada, pelos excessos tecnológicos e pelas dúvidas que a infância trazem.

Portanto, procure compreender o comportamento, tomando o cuidado para não invadir o limite desta criança. Estimule a reflexão e o diálogo e perceba a necessidade de um acompanhamento psicológico adequado, quando ela apresentar sinais de desequilíbrio emocional e psíquico”, finaliza lembrando que quando a criança tem uma dificuldade toda a família acaba entrando também nesse processo.