
Foto: Arquivo 2024
A crise no abastecimento d’água em Serra Talhada pode aumentar nos próximos dias. A reportagem do Farol apurou que o açude Cachoeira II, que abastece a cidade, conta apenas com 18% da sua capacidade total, de 21 milhões de metros cúbicos. O reservatório foi construído na década de 60, porém, a população cresceu em velocidade. Hoje, a capital do xaxado conta com cerca de 100 mil moradores flutuantes.
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O volume existente é considerado de ‘porão’, tipo reserva estratégica, mas com a onda forte de calor, pode evaporar rapidamente. O município vive hoje um rodízio severo, que vem trazendo problemas à Compesa.
Diariamente dezenas de pessoas reclamam nas páginas do Farol, e também na sede do escritório local.
Técnicos da Compesa admitem que o volume é crítico, e a solução é chuva, muita chuva. O fato da Adutora do Pajeú está em operação, não diminui a preocupação. A adutora, que faz captação de água do rio São Francisco, vem aumentando sua área de distribuição, com novos municípios. E outra: as quebras do sistema são constantes e o furto de água também.
PRIVATIZAÇÃO
A notícia do baixo volume chega num momento crítico, também para a Compesa, que privatizou a distribuição de água em Pernambuco. Serra Talhada foi uma espécie de ‘gato por lebre’. O governo ‘vendeu’ a ideia que a cidade conta com quase 90% de área saneada. Tudo mentira! A falta de saneamento é outro drama insolúvel a longo prazo.
Pela lógica, técnicos acreditam que a inciativa privada não deve investir rapidamente na modernização do sistema. Enquanto a solução definitiva não chega, o rodízio pode aumentar, a adutora continuará quebrando, o furto de água aumentando, e rezar, por enquanto, por muita chuva, é o que nos resta.