Da Revista Forum

Reportagem de Carolina Vila-Nova, na edição desta segunda-feira (21) da Folha de S.Paulo, revela que a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves agiu pessoalmente para tentar impedir o aborto autorizado pela Justiça da menina de 10 anos que engravidou após ser estuprada por 4 anos por um tio no Espírito Santo.

Damares também teria sido responsável por repassar o nome da criança a Sara “Winter” Geromini, que mobilizou ativistas antiaborto para causar tumulto em frente o hospital onde foi realizado o procedimento no Recife, em Pernambuco.

Segundo a jornalista, a operação coordenada por Damares buscava transferir a menina de São Mateus, no Espírito Santo, para um hospital em Jacareí, no interior de São Paulo, onde ela ficaria internada durante a gestação.

A ministra teria enviado uma equipe do ministério e aliados políticos para fazer manobras e ofertas de infraestrutura ao Conselho Tutelar para cooptar apoio local.

Esses representantes de Damares teriam repassado o nome e dados sigilosos do caso à Sara Geromini.

De acordo com a reportagem, Damares acompanhou pessoalmente a atuação do grupo de representantes, que fez ao menos três reuniões no dia 13 de agosto – na 18ª regional da Polícia Civil, no conselho tutelar e com a Secretaria de Assistência Social, na sede da prefeitura – para tentar impedir o aborto.

Uma representante de Damares identificada como Alinne teria oferecido melhorias aos conselheiros tutelares debaterem o caso.

A principal delas foi o chamado “kit Renegade”, composto de um Jeep Renegade (cujo valor inicial é R$ 70 mil) e equipamentos de infraestrutura, como ar-condicionado, computadores, refrigeradores, smart TVs e outros.