Recém nascido em UTI Neonatal - Foto: Reprodução
Recém nascido em UTI Neonatal – Foto: Reprodução

Uma família serra-talhadense chora a morte de um recém nascido por falta de estrutura de UTI Neonatal nos hospitais públicos da cidade. Em contato com o Farol de Notícias, a vendedora Fabiana Targino, de 45 anos, morador do bairro Bom Jesus e tia da criança esclareceu que a bebê nasceu na última sexta-feira (31) com complicações no Hospital São Francisco.

A menina não chegou a viver por 24 horas. Filha do jovem casal Fredsom Targino, de 38 anos, vendedor, e Janaína Araújo, 33 anos, capinadora, moradores do bairro Bom Jesus.

Os familiares questionam o motivo de Serra Talhada ainda não ter uma UTI Neonatal, e relembrou a promessa da instalação do equipamento no Hospital Eduardo Campos (HEC). No entanto, a falta de assistência teria provocado a morte de mais uma criança na capital do xaxado.

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“Ela nasceu no Hospital São Francisco pelo SUS, nasceu roxinha. Não sabemos se ela nasceu sem amadurecer os pulmões, o que sabemos é que ela nasceu e logo em seguida foi tomar oxigênio. A médica disse que era um procedimento normal, que ela poderia ter ingerido alguma coisa. Depois voltou para a mãe dela, mas pouco tempo depois voltou a arroxear e estava sem respirar. Levaram novamente para o oxigênio, o pediatra pediu que deixasse ela em observação”, detalhou a tia da menina, continuando:

“No outro dia ele voltou e examinou ela, disse que ela poderia ser cardiopata. Sugeriu que procurássemos um cardiologista e pagamos um. Ele fez todos os exames e não acusou nada, o coração estava perfeito. Mas precisaria estudar porque ela não estava respirando. O pediatra deu toda a assistência e disse que iria encaminhá-la para  Recife. Ela teria que ir da São Francisco para ir Hospam, tínhamos uma conhecida no Samu e chamamos para tranferi-la. O pediatra dela foi até o Hospam, falou com a pediatra plantonista e deixou tudo certo. Se fosse o caso ia encaminhar até para UTI Neonatal de Salgueiro”.

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TRANSFERÊNCIA DE RECÉM NASCIDO

“Quando ela chegou no Hospam vetaram a entrada dela. Estava na ambulância do Samu e o oxigênio estava pouco. Ela não podia ficar sem oxigênio, e ele acabou. A sorte foi que o pediatra dela chegou e entraram lá. Mas não tinha pediatra no Hospam para acompanhar ela até o Recife. A gente conseguiu até a ambulância para levar, só faltava o médico para acompanhar”, detalhou ela, finalizando:

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“Nisso a família ficou procurando um pediatra, achamos um que cobrou R$ 3 mil e ficou tudo certo. Mas o tempo foi passando, e acabou dando mais tempo. Ela chegou a falecer, e por que Serra Talhada não tem uma UTI Neonatal? Cadê os recursos? No Eduardo Campos tem um que nunca concluiu essa obra? Minha sobrinha não foi a primeira e nem vai ser a última a falecer, quantas mães e suas famílias vão passar essa dor porque aqui não tem recurso?”

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OUTRO LADO

A reportagem do Farol de Notícias entrou em contato com a direção do Hospam, que esclareceu que a recém nascida veio encaminhado do Hospital São Francisco, localizado no bairro AABB. A unidade atende também pelo SUS e deveria ter acionado o sistema de regulação de atendimento neonatal para encaminhar a criança.