
O dia 29 de outubro marca o Dia Mundial do AVC e o Dia Nacional de Prevenção ao Acidente Vascular Cerebral, uma das principais causas de morte e incapacidade no mundo. No Brasil, estima-se que cerca de 400 mil pessoas sofram um AVC por ano, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares.
Em Ribeirão Preto, o Hospital Unimed Ribeirão Preto contabilizou 127 casos confirmados de AVC entre janeiro e outubro de 2025. A maioria dos pacientes tinha mais de 60 anos, representando 72,4% das ocorrências.
Do total, 68,5% foram de AVC isquêmico (quando há obstrução de uma artéria cerebral), 13,3% de AVC hemorrágico e 18,1% de AIT (Acidente Isquêmico Transitório). Houve leve predominância feminina, com 50,4% dos casos registrados em mulheres, enquanto os homens correspondem a 49,6%.
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Agilidade do atendimento e resultados positivos
O levantamento indica que mais de 84% dos pacientes foram submetidos à tomografia dentro do tempo recomendado, e 82,7% receberam alta hospitalar após internação média de cinco a oito dias. A taxa de conformidade do chamado tempo “porta-trombólise” – indicador que mede a rapidez do tratamento após a chegada ao hospital – atingiu 84%, refletindo eficiência dos protocolos adotados pela equipe multidisciplinar.
Casos em adultos jovens exigem atenção
De acordo com levantamento da equipe de neurologia do hospital, o AVC continua predominante entre pessoas com mais de 60 anos (77,4%), mas também registra diagnosticado em pessoas mais jovens. Entre 2022 e 2025, 22,6% dos casos de AVC isquêmico envolveram pacientes com menos de 60 anos, incluindo adultos jovens e até crianças.
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A neurologista Soraia Ramos Cabette Fabio, coordenadora da equipe de neurologia do Hospital Unimed Ribeirão Preto, explica que o fenômeno merece atenção. “A maioria dos nossos pacientes tem mais de 60 anos, porém, cada vez mais, observamos casos entre adultos jovens. O AVC não é uma condição exclusiva da terceira idade. Fatores de risco como hipertensão, diabetes, tabagismo e sedentarismo têm antecipado a incidência em pessoas mais jovens”, afirma a médica.
Segundo a médica, o diagnóstico rápido é determinante para o desfecho do tratamento. “O atendimento imediato é decisivo para reduzir sequelas. Diante de sintomas como formigamento em um lado do corpo, dificuldade de fala, perda súbita de visão, desequilíbrio ou dor de cabeça intensa, a pessoa deve acionar o socorro médico imediatamente. Procurar um hospital preparado para o atendimento de AVC faz toda a diferença para a recuperação”, orienta.