Economia do país cresce 3,5% em 2024, diz FGV - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Com informações da Agência Brasil

A economia brasileira cresceu 3,5% em 2024, segundo estimativa divulgada nesta segunda-feira (17) pela Fundação Getulio Vargas (FGV) por meio do Monitor do PIB, estudo que traz uma prévia do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), que mede todos os bens e serviços produzidos no país. Apesar do resultado positivo, o ritmo de expansão desacelerou ao longo do ano, com um crescimento de 0,3% em dezembro em relação a novembro e uma alta de 0,4% no quarto trimestre comparado ao terceiro. Esses números mostram uma redução no ritmo, já que no segundo e terceiro trimestres os crescimentos foram de 1,4% e 0,8%, respectivamente.

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Em 2024, todos os componentes da economia apresentaram crescimento, com exceção da agropecuária, que registrou uma queda de 2,5% após ter sido a principal força motriz em 2023. “A indústria, os serviços e o consumo das famílias apresentaram resultados ainda melhores em 2024 do que os já elevados crescimentos registrados em 2023. Pode-se afirmar que, em termos de atividade econômica, o Brasil teve um ótimo resultado”, avalia Juliana Trece, coordenadora da pesquisa e economista da FGV.

Com esse desempenho, o Brasil completa quatro anos consecutivos de crescimento econômico. A última queda no PIB havia ocorrido em 2020, com uma retração de 3,3%. Em 2023, a expansão foi de 3,2%.

Desempenho por setores

O consumo das famílias teve um aumento expressivo de 5,2% em 2024, enquanto a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mede os investimentos em máquinas e equipamentos, cresceu 7,6%. As exportações também avançaram, com uma alta de 3,7%. Por outro lado, as importações, que reduzem o PIB ao representar bens e serviços produzidos fora do país, cresceram 14,3%.

Em valores absolutos, o PIB brasileiro atingiu R$ 11,655 trilhões, o maior da série histórica. O PIB percapita (divisão do total da economia pelo número de habitantes) ficou em R$ 56.796, também um recorde. No entanto, a produtividade da economia foi de R$ 100.699 em 2024, 0,3% abaixo do observado em 2023 e 3,3% menor que o pico de 2013. A taxa de investimentos subiu para 17,2%, acima dos 16,4% registrados em 2023.

Desafios para 2025

Apesar do “ótimo resultado” em 2024, a economista Juliana Trece alerta que 2025 traz desafios significativos para a economia brasileira, tanto internos quanto externos. “Pelo lado interno, os juros elevados, com efeitos negativos na atividade econômica, atingem principalmente os investimentos. Já no ambiente externo, novas imposições de tarifas podem comprometer o nível das exportações”.

Desde setembro de 2023, o Brasil vem enfrentando uma trajetória de alta na taxa básica de juros, a Selic, usada pelo Banco Central para controlar a inflação. Atualmente, a Selic está em 13,25% ao ano, e o Comitê de Política Monetária (Copom) já sinalizou um novo aumento de um ponto percentual em março. A inflação acumulada em 12 meses até janeiro foi de 4,56%, acima da meta do governo, que era de 4,83% em dezembro.

Outro desafio mencionado por Juliana Trece é a guerra tarifária iniciada pelos Estados Unidos, que impôs taxas sobre produtos estrangeiros, como aço e alumínio. O etanol brasileiro também está sob ameaça de sobretaxas, o que pode impactar as exportações.

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Resultado oficial

O Monitor do PIB, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, é uma das ferramentas que servem como prévia do desempenho da economia. Outro indicador importante é o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que também foi divulgado nesta segunda-feira e apontou uma expansão de 3,8% em 2024. O resultado oficial do PIB, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), será divulgado em 7 de março.