Eleições com estreia do partido FarcDo G1

Pela primeira vez em seu longo histórico de conflito, a Colômbia elegerá neste domingo (11) um novo Congresso, sem a ameaça das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e sob a trégua do Exército de Libertação Nacional (ELN), as guerrilhas que sempre sabotaram as eleições do país.

Nessas eleições estão em jogo 108 cadeiras do Senado e 172 na Câmara, sendo que 5 cadeiras de cada casa serão para candidatos das Farc, como foi estabelecido no acordo de paz assinado com o governo.

Além disso, os eleitores poderão votar em pré-candidatos presidenciais, pelas coalizões de esquerda e de direita, e assim definir aqueles que irão concorrer à presidência. As eleições presidenciais serão no dia 27 de maio.

Agora, as Farc são um partido, o Força Alternativa Revolucionária do Comum. Para trás fica meio século de luta frustrada pelo poder, graças ao histórico acordo de 2016, que terminou com aquele que foi o grupo rebelde mais poderoso da América.

E, com o ELN, o governo de Juan Manuel Santos, que deixará o poder em 7 de agosto, tenta um acordo similar. Embora os diálogos estejam congelados pelo recrudescimento das ações militares, o ELN anunciou uma trégua para a jornada eleitoral.

Em um país onde a abstenção beira os 60%, essas eleições serão determinantes para a paz e para a sobrevivência da esquerda. Também podem ser, segundo as pesquisas eleitorais, a antessala do retorno ao poder de uma direita dura que quer meter medo, diante da crise na Venezuela, além de modificar o que foi acertado com o agora partido Farc.