Por Giovanni Sá, Editor-geral do Farol
Há um trecho na poesia de Caetano Veloso, imortalizado na música ‘Sampa’, que se encaixa exatamente no que vem acontecendo em Serra Talhada: A força da grana que ergue e destrói coisas belas. As imagens da repórter do Farol, Licca Lima, mostram o que sobrou de um dos poucos casarões que se mantinham de pé, conservando a arquitetura e história intactas.
No local dos escombros estavam erguidas as residências do médico Dr. Elias Nunes, e o berço da infância do artista Arnaud Rodrigues. Agora são pedras. Na realidade, é um processo rápido e gradual que vem ocorrendo em Serra Talhada.
Já perdemos a casa do Barão do Pajeú, na Praça Sérgio Magalhães, o casario do comerciante Valme Olavo, e tantos e tantos casarões e fachadas que foram apagadas do mapa, como se fossem culpadas.
Mas, de fato, cada um de nós temos uma parcela de culpa. Desde o poder público que finge não ver, até as entidades e movimentos que não se manifestam e silenciam diante o caos.
Ainda iremos chorar pela sede da Filarmônica Villabelense, o casario da Cornélio Soares, e outros poucos que ainda restam. Que os anjos e os exemplos da vizinha cidade de Triunfo nos iluminem!
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