Enfermeira de ST contrai Covid-19 e lamenta o preconceitoPublicado às 05h deste domingo (27)

Serra Talhada se aproxima de 6 mil casos de covid-19 e até agora cravou 74 óbitos pela doença. Entretanto, pouco se destacou o olhar de quem está no ‘front’, na linha de frente desta ‘guerra’ epidemiológica que assola a humanidade de forma avassaladora.

Nesse sábado (26), a enfermeira Jozyêda Pereira, ou simplesmente Jô Enfermeira, revelou ao Farol o drama de estar infectada, e ainda ter que lutar contra a chaga do preconceito em função da enfermidade.

Trabalhando no Hospital Regional Agamenon Magalhães (Hospam), a serra-talhadense entrou de férias e no começo do mês, 3 de dezembro, já apresentou os primeiros sintomas da doença.”Diarreia, febre alta, dores no corpo, corize, falta de apetite, tosse seca e cansaço. Fiz o teste Swab, e seis dias veio o resultado positivo, mas já estava em tratamento, e continuei com as recomendações”, relembrou.

Entretanto, Jô Enfermeira, que em toda sua vida na profissão, só agiu para ajudar as pessoas, sentiu na pele a chaga do preconceito para com os infectados.

“Fiz uma ressonância que mostrou uma certa preocupação, mas tenho muita fé em Deus que serei curada. Posso afirmar, com toda convicção, que a discriminação é a pior coisa que pode acontecer neste período. Se não fosse meus filhos (Rafael e Rafaela) que não saíram perto de mim, um minuto sequer, e as minhas irmãs (Jamile Juliana, Jeane e Joseane) teria sido bem pior. Não me abandonaram”, desabafou Joziêda Pereira, emocionada.

SEQUELAS

A serra-talhadense guerreira, que também foi candidata a vereadora pelo PT nas eleições passada, afirma que o pior já passou e a luta agora é vencer as sequelas da doença. Neste cenário, ela assegura que há motivos e razões para agradecer a Deus e outras pessoas que não seguiram a cartilha do preconceito.

“Ainda estamos isolados, porém, estou com sequelas, e vou ter que fazer fisioterapia respiratória, esperar passar esta fraqueza que é muito ruim ficar tremendo, um cansaço quando faço esforço. Mas sou muito grata a equipe do Pronto Socorro São José que me acolheu, muito educados e sai até com a medicação. O município está de parabéns pela estrutura montada para cuidar da gente. Parabéns a Márcia Conrado e Luciano Duque. O medo foi grande, pois demorou a recuperação… o medo de ir para o tudo, ainda tenho que ter muito cuidado, mas sigo em frente, na minha missão de sempre que for preciso, vou ajudar as pessoas na minha profissão”, reforçou.

Enfermeira de ST contrai Covid-19 e lamenta o preconceito

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