Publicado às 06h07 desta quinta-feira (23)
Por Maria Edwirgem, professora serra-talhadense
Então é Natal…E o que você não fez?
Mais um fim de ano se aproxima, e com ele vem a sensação do “dever não cumprido”. O espírito natalino, revela a vulnerabilidade da alma, crescente e pertinente. E lembro, saudosa, algumas canções da época, com seus refrões inesquecíveis, uma em especial, mexe imensamente com minhas emoções e faz parte das minhas memórias afetivas:
“Que o Natal existe
Que ninguém é triste
E no mundo há sempre amor”
Assim, me pego fazendo uma retrospectiva, sobre quantas palavras deixamos de proferir, quantos sorrisos foram negados e tantos acenos não destinados, talvez pela superficialidade dos sentimentos ou mesmo pelo egocentrismo, tão comuns e reveladores, da pobreza desumana.
E afirmo que, a tão propagada empatia, não pode ser uma palavra em alta, um casual modismo, só é relevante, quando é real, quando nos sensibilizamos e padecemos com as adversidades, tantas vezes cruéis e impunes, as atitudes somam em favor do que for do bem e do bom. Bem-aventurados os que se despem de vaidade e egoísmo e se vestem de humildade e compaixão, seguindo o exemplo do bom samaritano: “amar ao próximo como a si mesmo”.
Nesses quase dois anos, estamos vivenciando um longo período obscuro, em que ficamos enclausurados, acatamos, mesmo que a contragosto, o afastamento obrigatório, ainda assim, fomos acometidos por tantas perdas irreparáveis e danos incomensuráveis e irreversíveis, ao mundo.
É essencial que façamos uma profunda reflexão, sobre nossos “pensamentos, atos e omissões”, bem como, uma viagem introspectiva, para entendermos onde negligenciamos, no cuidar de outrem, por que não estendemos a mão quando estavam a deriva, não ouvimos o grito dos necessitados, não evitamos os tropeços e nem impedimos as lágrimas de caírem.
Então, que essa, não seja apenas uma data emblemática, seja lembrada, não pela troca de presentes, mas pela presença e troca de afetos, que a Ceia farta, não seja a última, que alimente o âmago, diminua a distância, a carência de afagos e de amigos, que olhares se encontrem, que abraços envolvam e sentimentos nobres, brotem dos corações, um tanto descreditados, que possa ser celebrado e enaltecido, o verdadeiro sentido do Natal: A vida! O nascer e renascer!
Que a magia da Estrela de Belém continue a nos guiar, nos mostre o caminho da retidão, traga para nossos dias o discernimento, para fazermos nossas escolhas e arcarmos com as consequências, que venham a acarretar. Que a energia positiva, restaure a fé, a esperança e a liberdade espiritual, através do perdão.
Que felicidade não seja apenas uma palavra poética, de rima fácil e sonoridade, propícia ao sonho e a bondade, que não represente só a efemeridade do instante, mas o estado durável da plenitude, em nosso viver!
Assim seja!
“Bom Natal, um Feliz Natal Muito amor e paz para você, para você!”
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