ENTREVISTA: Engenheiro revela desafios para concluir Adutora do Pajeú em STO empresário serratalhadense Eugênio Marinho, da Referencial Engenharia, encara a missão de ser um dos personagens com a responsabilidade de ajudar a tocar a obra mais importante, neste momento, para todos os pajeuzeiros: a Adutora do Pajeú. Ele está dando conta do processo de eletrificação da Adutora, considerada uma ‘tábua de salvação’ nestes tempos de seca. Marinho, mesmo frisando que desafios não faltam no dia a dia da obra, está otimista quanto a chegada das águas do São Francisco ainda este ano para Capital do Xaxado.FAROL DE NOTÍCIAS – O governador Eduardo Campos criticou duramente a Celpe pelo atraso nas obras da Adutora do Pajeú. A sua empresa, a Referencial Engenharia, foi contratada para realizar os serviços. Como estão os trabalhos em termos de evolução?

EUGÊNIO MARINHO– No dia 23 de outubro de 2012 nos foi autorizado o início das obras. Esta primeira parte da obra, que vai fornecer as condições elétricas necessárias para que a água do São Francisco chegue a Serra Talhada é constituída de 25 km de rede e quatro estações de bombeamento, duas de captação e duas de elevação. Como a CELPE, já havia feito, antecipadamente, a aquisição da maior parte do material necessário a sua execução e diante do ritmo que estamos realizando a mesma, hoje, contamos com 45% dos serviços já realizados.

FN – Quantos operários estão no canteiro de obras e qual a previsão para o término dos trabalhos? É um desafio para Referencial Engenharia?

EM– Hoje temos 50 colaboradores executando os serviços e nossa previsão é que, no máximo, em 15 de dezembro de 2012 a parte que cabe a Referencial esteja concluída. Toda obra sempre é um desafio. Esta, diante da exiguidade do prazo, também é um desafio para todos nós que fazemos a Referencial Engenharia, mas com certeza, como em tantos outros casos, será um desafio que será vencido e comemorado por todos nós.

FN – Estamos vivendo a pior estiagem dos últimos 50 anos. Como empresário, você acha que faltou planejamento por parte dos governos para evitar a crise que ora enfrentamos?

EM– Tanto na execução da adutora do Pajeú, quanto na transposição do Rio São Francisco, tivemos e ainda temos, graves problemas de execução, inclusive com paralisações face ao abandono dos serviços por algumas empresas vencedoras das licitações. Este, o processo de contratação vigente, baseado na lei 8.666, e não o planejamento, no meu entendimento, se constitui num dos maiores gargalos para o desenvolvimento do nosso país.

FN – Você é otimista quanto ao futuro das populações que vivem no semi-árido?

EM – Por obrigação, temos que ser otimistas. O otimismo é como o primeiro degrau de uma escada, pode não nos levar a onde queremos, mas é essencial e indispensável passar por ele para termos chance de chegarmos lá. Não podemos esperar que ninguém venha resolver os nossos problemas, devemos ser competentes e comprometidos, buscarmos a excelência naquilo que fazemos, pois só assim todos teremos um futuro melhor. Por exemplo, as pessoas que estão construindo esta rede elétrica da Adutora do Pajeú, saíram, na sua maioria, da zona rural de Serra Talhada, nunca haviam ouvido falar em eletricidade, mas graças ao otimismo e a dedicação de cada uma delas, hoje, são profissionais que não ficam a dever em nada a qualquer profissional do setor, de qualquer lugar do país. É neste otimismo que eu acredito, o otimismo de quem sua a camisa.